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João Paulo Diniz morre após mal súbito; entenda as causas

Em 80% dos casos o mal súbito está ligado a causas cardíacas - Reprodução / Instagram
Em 80% dos casos o mal súbito está ligado a causas cardíacas - Reprodução / Instagram

Redação Publicado em 01/08/2022, às 16h00

No último domingo (31), o empresário João Paulo Diniz – filho de Abílio Diniz, fundador do grupo Pão de Açúcar – morreu vítima de um mal súbito em Paraty, na Costa Verde. Até o momento, acredita-se que ele sofreu um infarto fulminante.

A notícia surpreendeu especialmente por João ser uma pessoa extremamente ativa, levava uma vida de triatleta amador e era um incentivador do esporte brasileiro. 

O que é um mal súbito?

Mor­te sú­bi­ta, popularmente conhecida como mal súbito, é a mor­te na­tu­ral inesperada de causa cardíaca. Ela acontece repentinamente, até uma hora após os primeiros sintomas ou 24 horas depois da última vez que o indivíduo foi visto realizando suas atividades diárias. 

Segundo dados, 80% dos casos estão relacionados a doenças cardíacas, sendo resultado de uma interrupção abrupta e inesperada da função de bombeamento do coração por um distúrbio elétrico (arritmia), levando à falta de fluxo sanguíneo para o corpo.  

Causas mais comuns 

As principais causas que podem levar uma pessoa à morte súbita são:

Cardiológicas:

  • Obstrução das artérias do coração (infarto);
  • Doenças do músculo cardíaco (cardiomiopatia hipertrófica);
  • Distúrbios elétricos do coração (arritmias);

Neurológicas:

Outras causas:

  • Doenças metabólicas como o diabetes;
  • Consumo de drogas.

Confira:

Quem está mais vulnerável?

Cerca de metade das pessoas que apresenta arritmias fatais sofre de infarto agudo do miocárdio. O risco de morte súbita é maior em homens e tende a aumentar com a idade. Em jovens com menos de 35 anos, as doenças genéticas (do músculo ou do sistema elétrico do coração) ganham maior importância do que o infarto.

Esportes de alto rendimento aumentam o risco? 

A ati­vi­da­de es­por­ti­va, em ge­ral, fun­cio­na ape­nas como ga­ti­lho para a morte súbita. Neste sentido, existem duas situações: atletas com doença na estrutura do coração ou com distúrbio elétrico primário.

Existem, também, os atletas que tinham coração normal e que desenvolvem alterações em decorrência do treinamento intensivo. Atle­tas de alto rendimento po­dem de­sen­vol­ver essas alterações como consequência de trei­na­men­to con­tí­nuo e prolon­ga­do, devido a adaptações pro­du­zi­das pelo exer­cí­cio.

É possível evitar?

A morte súbita pode ser evitada, embora possa ser a pri­mei­ra ma­ni­fes­ta­ção em pacientes que desconheciam seus riscos. História clínica detalhada, histórico familiar e exame físico na busca de sinais de alerta são essenciais; hipertensão arterial, diabete melito, dis­li­pi­de­mia, obe­si­da­de, tabagismo e se­den­ta­ris­mo são fatores de risco.

Hábitos de vida saudáveis são fundamentais, especialmente em indivíduos expostos a fatores de risco. Em paralelo, diversos medicamentos são úteis na redução de mortalidade. Somado a isso, o implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI, um tipo de marca-passo que é capaz de disparar choques diretos no coração para interromper uma arritmia grave) pode ser fundamental naquelas situações em que a causa da arritmia é irreversível (como acontece nas doenças genéticas).

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