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Jessica Alves revela ter perdido amigos após transição de gênero; qual a importância de uma rede de apoio?

Imagem Jessica Alves revela ter perdido amigos após transição de gênero; qual a importância de uma rede de apoio?

Da Redação Publicado em 23/10/2020, às 15h46

Jessica Alves, que ficou conhecida como Ken Humano, revelou que, desde sua transição de gênero, perdeu amigos e trabalhos, nesta sexta-feira (22).

A modelo contou, em entrevista à revista Quem, que sua família a apoiou durante o processo, mas alguns colegas não quiseram mais sua amizade.

“Até minha mãe disse que me prefere como Jessica, porque eu pareço e sou muito mais feliz e isso a deixa feliz. Perdi alguns amigos, porque eles não conseguiram lidar com a minha transição e a amizade não existe mais”.

Crédito: Instagram/@jessicaalvesuk

Sobre a vida profissional, ela afirmou que empresas não souberam lidar com a mudança: “Meus empregos na TV caíram pela metade. Cancelaram minha participação em alguns programas de TV que estavam agendados, não sabiam mais como trabalhar comigo depois que eu me tornei uma mulher”.

Jessica ainda fez um desabafo sincero sobre a decisão. “Tentei o meu melhor para ser homem e até mesmo com a ajuda de cirurgias plásticas. Tinha tanquinho falso, bíceps falso e um queixo largo e quadrado. Mas fracassei, porque estava constantemente infeliz. Nunca tive disformia corporal. O que eu tinha era dismorfia de gênero, mas só estava com medo de fazer a transição”, declarou.

Qual a importância da rede de apoio?

Apesar de ter contato com o suporte de seus familiares, Jessica sofreu a perda de amigos, que podem ser de grande ajuda no processo de transição de gênero. Infelizmente, a discriminação relatada por Jessica é muito frequente. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2019 pelo menos 124 pessoas transgênero, entre transexuais, transmasculinos e travestis, foram assassinadas no país por causa da transfobia.

O sofrimento começa cedo para essas pessoas. Um grande estudo mostra que 91% dos jovens LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgênero e queers) já tiveram ao menos uma experiência com bullying. Isso representa mais que o dobro da proporção encontrada em estudos com jovens heterossexuais.

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