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Falta de apoio a LGBTQIA+ em partidos políticos é tema de pesquisa

Preconceito impede engajamento de longo prazo de vários membros da comunidade LGBTQIA+ na política - iStock
Preconceito impede engajamento de longo prazo de vários membros da comunidade LGBTQIA+ na política - iStock

Redação Publicado em 15/09/2021, às 18h00

A organização #VoteLGBT, coletivo que busca aumentar a representatividade na política brasileira, lança neste mês de setembro o "Censo +LGBT na Política", um formulário que se propõe a coletar dados quantitativos sobre a participação de pessoas LGBTQIA+ dentro dos partidos políticos, de forma anônima. 

O coletivo é formado por profissionais de áreas como demografia, economia, jornalismo, antropologia e artes visuais, entre muitas outras, que entendem a diversidade como valor fundamental para a democracia. Além de levantar dados sobre essa parcela da população, a organização realiza campanhas durante as eleições para dar visibilidade a candidaturas pró-LGBTQIA+.

Pouco ou nenhum apoio

A primeira parte da pesquisa foi feita em 2020. Na ocasião, o #VoteLGBT e a Casa 1 (centro de acolhimento para jovens expulsos de casa) fizeram um dossiê, publicado pela Editora Monstra, que analisou a estrutura interna dos partidos.

Os resultados mostram que pessoas LGBTQIA+ têm pouco ou quase nenhum apoio nas estruturas partidárias. Dos 36 partidos brasileiros, 11 possuem setoriais LGBT+ e apenas 3 deles dão visibilidade à causa em seus sites oficiais.

Para a organização, a baixa proporção de mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+ eleitas é só a ponta do iceberg de um processo de exclusão, o que reforça a importância da coleta de dados.

Preconceito impede engajamento

A pesquisa também indica que pessoas da comunidade LGBTQIA+ sofrem preconceito e violência política de outros membros do partido e dentro das estruturas partidárias, resultando em ambientes hostis que provavelmente impedem o engajamento de longo prazo de vários membros da comunidade.

A organização prepara uma plataforma de visualização desses resultados que seja gráfica e interativa. E também espera publicar um relatório sobre o assunto em três línguas e preparar uma série de treinamentos para lideranças LGBTQIA+ de todo o país.