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Estudo mostra que bebês podem receber anticorpos contra Covid-19 da mãe

Grávidas conseguem passar anticorpos do Covid-19 para o bebê - iStock
Grávidas conseguem passar anticorpos do Covid-19 para o bebê - iStock

Redação Publicado em 02/02/2021, às 10h20

Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na última sexta-feira (29), na revista Jama Pedriatrics, mostrou que mulheres que tiveram Covid-19 durante a gravidez conseguiram passar seus anticorpos para os bebês.

O estudo analisou 1.471 grávidas, com idade média de 32 anos, que foram acompanhadas entre 9 de abril e 8 de agosto de 2020. Ele mostrou que 83 delas, que haviam sido testadas positivamente para o Covid-19, conguiram transmitir IgG (anticorpos de duração maior), via placenta, para o bebê. 

De 11 bebês que não receberam esses anticorpos, cinco deles eram de mães em que foram contatados apenas IgM (anticorpo que aparece alguns dias depois de acontecer a contaminação, quando o vírus já se replicou e o corpo precisa se defender). 
"Nossos resultados se alinham com as evidências atuais que sugerem que, embora a transmissão placentária e neonatal de Sars-CoV-2 possa ocorrer, tais eventos não são comuns. Não detectamos anticorpos IgM em nenhuma amostra de soro do cordão umbilical, mesmo em casos de doença materna crítica ou parto prematuro, apoiando que a transmissão materno-fetal da Sars-CoV-2 é rara", explicam os pesquisadores.
O estudo se mostra importante pois, graças ao nível de transmissão de IgM, indica um índice menor de chance da mãe passar a doença para o feto. Além disso, pode ser uma resposta para quem busca entender como fazer a vacinação em gestantes. "Quando as vacinas estiverem amplamente disponíveis, o momento ideal para a vacinação materna durante a gravidez deverá levar em consideração fatores maternos e fetais, incluindo o tempo necessário para garantir a proteção neonatal".

Há eficácia no tratamento preventivo para Covid-19?

No dia 19 de janeiro, A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (ABM) emitiram uma nota alertando para a importância da vacinação e negando a eficácia de qualquer tipo de "tratamento precoce" para o Covid-19.

"Além das dificuldades já esperadas para o momento, a disseminação de fake news, especialmente por meio das redes sociais, não para de crescer. A desinformação dos negacionistas que são contra as vacinas e contra as medidas preventivas cientificamente comprovadas só pioram a devastadora situação da pandemia em nosso país", escrevem as entidades no informativo.

"As melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem
eficácia na prevenção ou no “tratamento precoce” para a COVID-19 até o presente
momento", continuam. "Pesquisas clínicas com medicações antigas indicadas para outras doenças e novos medicamentos estão em pesquisa. Atualmente, as principais sociedades
médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o
tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), entidade reguladora vinculada ao Ministério da
Saúde do Brasil".

Por fim, eles finalizam lembrando a importância da vacinação: "As vacinas têm o potencial de evitar a COVID-19 grave, evitando internamentos hospitalares, necessidade de oxigenioterapia, admissões em unidades de terapia intensiva e óbito e, assim, controlarmos a pior crise sanitária dos últimos cem anos".