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Dá para virar gay só por moda? Jairo Bouer responde dúvidas sobre LGBTQIA+

Jairo Bouer explica mais sobre sexualidade - Reprodução
Jairo Bouer explica mais sobre sexualidade - Reprodução

Redação Publicado em 17/06/2021, às 12h12

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ há mais de 50 anos. Em 1969 houve a famosa revolta no Stonewall – um bar localizado em Nova York (Estados Unidos) – em que os manifestantes, pela primeira vez, se revoltaram contra a violência da polícia pelo simples fato de o estabelecimento ser frequentado pela população gay e transsexual. 

A partir desse episódio, junho tornou-se o mês dedicado à reafirmação do orgulho e do respeito à diversidade. Por isso, Jairo Bouer decidiu reunir as principais dúvidas acerca do assunto que chegam para ele.

É possível ter várias pessoas LGBTQIA+ na mesma família?

Sim! Isso é possível, mas não necessariamente tem a ver apenas com a genética. Além desse fator, que alguns estudos apontam ser importante, também há questões culturais, individuais, familiares etc. 

Sou gay por que fui criado só por mulheres?

Não necessariamente. Existem pessoas que são criadas só por mulheres ou só por homens e não têm a orientação sexual afetada por isso. “É muito difícil a gente cravar um fator único ou um fator que explique por que uma pessoa é gay, bi ou trans”, aponta Jairo. “Essa é uma questão bastante ampla e complexa. Não dá para procurar uma única causa”.

Alguém pode virar gay, lésbica ou bissexual só por modismo?

Jairo diz que acha pouco provável que alguém “vire alguma” por modismo. Orientação sexual, ou seja, o desejo que a pessoa sente, não pode ser controlada. “Na verdade, a gente que é normalmente movido pela orientação sexual. Não é uma escolha ou opção. As pessoas são o que são”, comenta o médico.

Confira:

É verdade que bissexuais e trans também podem sofrer preconceitos de gays e lésbicas?

Sim! Mesmo dentro da comunidade LGBTQIA+ pode haver preconceito. A bifobia e a transfobia, infelizmente, ainda estão presentes na sociedade, de forma geral.

“Em função de todo esse preconceito que está enraizado, muitas vezes as pessoas que fazem parte da comunidade introjetam o preconceito dentro delas e acabam reproduzindo-o em diversas situações. Por isso é tão importante discutir diversidade, direitos humanos e respeito”, comenta Jairo.

Cura gay funciona?

Não! De forma alguma! Jairo explica que não adianta tentar “formatar” o desejo de alguém. O que pode acontecer durante um “tratamento de cura gay” é a repressão do desejo, o que, sem dúvida, causará sofrimento na vida da pessoa.

Todo homem que já fez sexo com outro homem é gay?

Não necessariamente. Jairo Bouer explica que se um homem sente atração e tem relações apenas com outros homens, então muito provavelmente ele é gay. Contudo, se ele tem atração por homens e mulheres — independente de acontecer ao mesmo tempo ou em fases alternadas —, ele pode ser bissexual. Por fim, se ele sente atração por mulheres e, eventualmente teve experiências com homens, o conceito de sexualidade pode ser mais confuso. “Por isso, cada vez mais a gente pensa em um termo que se chama ‘HSH’ (homens que fazem sexo com outros homens). Do ponto de vista de classificação, ele é mais abrangente e talvez englobe diversas possibilidades”, justifica Jairo.

Mas o médico ainda ressalta a importância de lembrar que não existem apenas gays, héteros e bis. Há uma variedade enorme de comportamentos e sexualidades! E, mais importante do que caixinhas e classificações, é que as pessoas sejam felizes como elas são.

Assista ao vídeo completo: