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Covid-19: solidão faz brasileiros passarem mais tempo nas telas

Segundo os dados, as mulheres passaram mais tempo em frente às telas do que os homens - iStock
Segundo os dados, as mulheres passaram mais tempo em frente às telas do que os homens - iStock

Redação Publicado em 12/03/2021, às 14h30

Em 2020, solidão, raiva e estresse foram os sentimentos mais prevalentes na população brasileira. Esses são resultados preliminares do estudo internacional Collaborative Outcomes study on Health and Functioning during Infection Times (COH-FIT), a pesquisa mais abrangente a analisar os aspectos da pandemia na saúde das pessoas em todo o mundo.  

O estudo, aplicado em 148 países, inclusive o Brasil, revelou que mais de 40% da população está sofrendo com o aumento expressivo de estresse. Além disso, mais de 40% afirma que a sensação de solidão foi agravada ao longo do período de isolamento, e a mesma proporção diz ter sentido ansiedade.

Mais tempo em frente às telas 

Setenta e cinco por cento dos entrevistados revelaram um aumento no tempo gasto com mídias digitais. A ampliação das horas on-line foi substancialmente maior entre as mulheres (80%) e o uso constante das redes sociais amenizou o sentimento de solidão de 75% dos entrevistados. 

A pesquisa mostrou ainda que, além do uso das mídias sociais ter sido adotado como principal estratégia para enfrentar o período de pandemia e isolamento social, outras atividades também foram citadas: exercícios físicos, interações sociais remotas (comemorar o aniversário por videochamada), voltar a estudar, investir em um parceiro fixo e até adotar um animal. 

Mulheres mais vulneráveis 

No Brasil, a maior parte dos entrevistados tinha entre 26 e 47 anos, sendo a proporção de mulheres maior em relação aos homens. De acordo com a pesquisa, 50% delas afirmaram terem sido afetadas por sentimentos de raiva,  contra 30% dos homens. 

Em contrapartida, elas foram tocadas pelo altruísmo com maior frequência (25%) que os homens (10%). Essa vontade de ajudar ao próximo, entretanto, não esteve muito em evidência durante a pandemia, e não houve grandes diferenças entre adultos de meia-idade e idosos, cuja média ficou em 20%. 

Sobre a pesquisa

O objetivo do COH-FIT é investigar os efeitos do isolamento social associado à Covid-19 na saúde mental e física. No Brasil, já são mais de 4.500 pessoas que responderam ao questionário e, no mundo, esse número é superior a 115 mil. 

Os dados serão coletados até o final de 2021, para entender com uma precisão maior todo o contexto entre o começo da pandemia e o final da vacinação. Segundo a equipe responsável pelo o estudo no Brasil, as perguntas do questionário podem ser respondidas por qualquer pessoa acima de 18 anos e abordam sobre mudanças de comportamento durante o isolamento social, dores, sentimentos de angústia, solidão, entre outros. 

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