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Conheça seis fatos sobre daltonismo

Para dirigir no Brasil, o daltônico precisa reconhecer a posição e ordem das luzes do semáforo - iStock
Para dirigir no Brasil, o daltônico precisa reconhecer a posição e ordem das luzes do semáforo - iStock

Redação Publicado em 31/05/2021, às 20h30

O daltonismo – ou discromatopsia – é uma deficiência na habilidade de enxergar e distinguir cores. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o problema afeta 350 milhões de pessoas no mundo, número um pouco maior que a população dos Estados Unidos. 

Em condições normais, o ser humano enxerga as cores vermelha, verde e azul e suas demais combinações. Para o daltônico, essas cores são alteradas ou estão ausentes. Para entender melhor, veja seis fatos sobre a condição:

#1 Daltoquê?

A palavra daltonismo é uma homenagem ao químico inglês John Dalton (1766-1844). Por ele próprio ser daltônico, foi o primeiro a estudar cientificamente esse distúrbio – que descreveu como um fenômeno da cegueira congênita para as cores – após inúmeras observações sobre peculiaridades relacionadas à visão. 

#2 Os homens são os mais afetados

O daltonismo afeta de 3 a 8% da população, com prevalência de 8% nos homens e apenas 0,5% nas mulheres. Em outras palavras – e segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) – 1 em cada 12 pessoas do sexo masculino é daltônica, enquanto 1 em cada 200 mulheres pode apresentar a condição. 

Essa predominância está relacionada diretamente à genética. O daltonismo é resultado de uma herança recessiva ligada ao cromossomo X. Enquanto as mulheres recebem dois cromossomos X, os homens recebem um X e um Y, assim, se elas têm dois cromossomos iguais, caso um deles carregue a condição, o outro acaba compensando. 

#3 É de pai para filho

A dificuldade em enxergar e distinguir cores é uma condição genética e hereditária, isto é, pode ser passada de geração a geração. Normalmente, o daltonismo é identificado ainda na infância, os próprios pais acabam percebendo a dificuldade do(a) filho(a) em atividades cotidianas.

De acordo com o NHS – sigla em inglês do Sistema Nacional de Saúde, o equivalente britânico ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil – apesar de a genética ser a principal causa, o distúrbio também pode ser adquirido ao longo da vida: em casos de lesões que afetem os cones – células que se localizam na retina – provocadas por traumatismos locais, queimaduras, exposição a produtos químicos nocivos ou complicações decorrentes de condições de saúde como diabetes e glaucoma. 

Confira:

#4 Nem todo mundo é igual 

Ao contrário do que muita gente pensa, o daltonismo pode afetar os portadores de formas diferentes. A identificação das cores pelos olhos é feita através dos cones, células que se localizam na retina. São três tipos e, na ausência de pelo menos um, o indivíduo é, necessariamente, daltônico. 

Na maioria das vezes, os daltônicos apresentam dificuldades em reconhecer as cores vermelha e verde, seguido por aqueles com problemas na percepção do azul e amarelo e, por fim, os que só enxergam o mundo em preto, branco e alguns tons de cinza. 

Apesar de não existir nenhum tipo de tratamento, há lentes de óculos com filtro de cor disponíveis, que melhoram um pouco o contraste e auxiliam os portadores a perceberem mais precisamente as cores vermelha e verde.

#5 Limitações existem 

O daltonismo não provoca grandes restrições para vida de quem convive com a condição. Entretanto, existem algumas limitações, por exemplo, conduzir um veículo. Em alguns países, dirigir não é permitido para daltônicos por conta das luzes do semáforo e os sinais de trânsito. 

No caso do Brasil, pessoas com daltonismo são autorizadas a dirigir e o código de trânsito brasileiro apenas requer que elas sejam capazes de reconhecer a posição e ordem das luzes do semáforo: vermelho, amarelo e verde ( de cima para baixo ou da esquerda para a direita).

Outra possível limitação está relacionada a profissões que envolvam afinidade com tonalidades. De todas as carreiras possíveis, apenas a de piloto de avião apresenta restrição aos daltônicos, por ser um trabalho exige a interpretação de cores na pista e no painel de controle.

#6 Famosos e anônimos 

Apesar da maioria dos daltônicos viver no anonimato, existem diversas celebridades que convivem com o daltonismo: a atriz brasileira Ana Furtado, o príncipe William (da Inglaterra), Bill Clinton (ex-presidente dos Estados Unidos) e Mark Zuckerberg (criador do Facebook), só para citar alguns.