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Viajar pode ser uma terapia complementar contra a demência

A demência é caracterizada pela perda da capacidade de lembrar, pensar ou tomar decisões cotidianas - iStock
A demência é caracterizada pela perda da capacidade de lembrar, pensar ou tomar decisões cotidianas - iStock

Redação Publicado em 24/06/2022, às 16h00

Um novo artigo da Universidade Edith Cowan (Austrália) propõe uma mudança de olhar para o turismo, vendo-o não apenas como uma experiência recreativa e de lazer, mas como uma ferramenta que pode proporcionar benefícios reais à saúde.

Foi constatado no estudo que muitos aspectos das viagens de férias podem ter um impacto positivo sobre pessoas que enfrentam demência. Segundo os pesquisadores, em quadros clínicos como esse, especialistas tendem a recomendar tratamentos como musicoterapia, exercícios, estimulação cognitiva e sensorial - fatores que também são encontrados quando viajamos. 

Como viajar pode ser uma terapia?

Por exemplo, segundo a pesquisa, estar em novos ambientes e ter novas experiências poderia proporcionar estimulação cognitiva e sensorial. Além disso, há tempos o exercício tem sido relacionado ao bem-estar mental e físico - e viajar, muitas vezes, envolve atividade física, com uma quantidade maior de caminhadas. 

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As refeições também são capazes de realizar um papel importante como forma de terapia. Nas férias, a hora de comer é diferente, em geral existem mais assuntos sociais com várias pessoas ao redor da mesa, o que pode influenciar positivamente o comportamento alimentar dos pacientes com demência

Além disso, os pesquisadores ainda enfatizam o básico: ao viajar, as pessoas costumam estar mais tempo ao ar livre e tomando sol, aumentando os níveis de vitamina D e de serotonina (hormônio do bem-estar). Para eles, a união desses fatores mostra como pessoas com demência podem se beneficiar do turismo como uma forma de intervenção terapêutica.

Demência no Brasil e no mundo

A demência é uma condição cerebral degenerativa que afeta a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar tarefas cotidianas. Segundo uma previsão da Universidade de Washington (Estados Unidos), os casos globais de demência quase triplicarão e podem atingir mais de 152 milhões de pessoas em trinta anos

Ou seja, é esperado que ocorra um aumento de 57,4 milhões no mundo inteiro em 2019 para cerca de 152,8 milhões em 2050. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em todo o planeta, há cerca de 50 milhões de pessoas com demência e quase 10 milhões de novos casos a cada ano.

O Alzheimer, por exemplo, é a causa mais comum de demência, sendo responsável por 60% a 80% dos casos no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 35,6 milhões de pessoas ao redor do mundo tenham o diagnóstico de Alzheimer e, no Brasil, são aproximadamente 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. 

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