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Acne: como é o tratamento agora e o que é esperado no futuro próximo

Atualmente, 40% das mulheres adultas acima de 25 anos tem acne, uma proporção que aumentou muito - iStock
Atualmente, 40% das mulheres adultas acima de 25 anos tem acne, uma proporção que aumentou muito - iStock

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a acne afeta 80% dos brasileiros entre 15 e 25 anos. Apesar de ser mais frequente na adolescência, fatores genéticos, hormônios e alimentação podem levar ao surgimento das temidas “espinhas” em qualquer idade. Inclusive, nos últimos 20 anos, aumentou – e muito – o número de mulheres com mais de 25 anos de idade com acne no Brasil. Atualmente, 40% das mulheres adultas acima de 25 anos têm acne! Portanto, na vida adulta, a acne é muito mais frequente nas mulheres do que nos homens (são 3 mulheres afetadas para cada homem na idade adulta).

Apesar de não envolver maiores riscos para a saúde sistêmica do organismo, a acne, mesmo quando leve, tem um impacto psicológico significativo e afeta a qualidade de vida do paciente, afeta a autoestima e pode gerar quadros de ansiedade e até depressão. Por isso, não deve ser subestimada e sempre deve ser tratada.

Os tratamentos mais recentes para acne, incluem:

Hidratação da pele com acne

A nossa pele tem uma barreira de proteção natural. Antes, acreditávamos que essa barreira só estava prejudicada nas pessoas com pele muito seca. Mas, recentemente, foi comprovado que a pele com acne também apresenta um defeito intrínseco nessa barreira cutânea: alteração da produção de ceramidas. E por isso, a pele acneica, quando não hidratada, apresenta ressecamento e maior inflamação, piorando a acne. Portanto, devemos hidratar a pele independente de ter acne, com produtos específicos para pele oleosa e/ou acneica. Assim, a barreira cutânea é reestabelecida e, diferente do que se acreditava antes, a pele acneica hidratada apresenta maior melhora da acne quando tratada.

Buscar orientação médica

É preciso sempre iniciar o tratamento o mais breve possível para controlar a inflamação o quanto antes e prevenir lesões e possíveis cicatrizes. Antes, havia um conceito de “esperar uma certa idade” para iniciar o tratamento. Hoje, sabe-se que a idade ideal para iniciar o tratamento é o quanto antes, assim que o diagnóstico for feito. A demora no início do tratamento aumenta a inflamação e pode levar ao aparecimento de cicatrizes. As cicatrizes de acne são extremamente difíceis de serem tratadas e podem levar a consequências psicológicas importantes.

Tratamento tópico

O tratamento tópico mais recente com comprovação científica para controle de acne moderada a severa, prevenção e redução das cicatrizes atópicas e boa tolerância pelos pacientes é a associação de adapaleno com peróxido de benzoíla.

Tratamento oral

O tratamento curativo para casos severos continua sendo o tratamento via oral com isotretinoína.

Inovação

A novidade do momento é uma isotretinoina tópica de 4ª geração: trifaroteno (Aklief), mas que ainda não foi “lançada” no Brasil. Por enquanto, não há previsão.

Tecnologias

Em termos de tecnologias, foi aprovado recentemente nos Estados Unidos, pelo FDA, o primeiro laser que trata a acne leve a grave. Esse laser tem como alvo o “sebo”. O nome desse laser é Aviclear. Ele tem como alvo o sebo da glândula sebácea e, através dele, o laser suprime seletivamente a glândula sebácea e elimina a acne. Ainda não há previsão de quando esse laser chegará no Brasil.

Em resumo, é preciso sempre procurar um dermatologista para avaliar qual o tratamento adequado para cada quadro de acne. Diferentes fatores influenciam para a escolha de um tratamento tópico ou sistêmico. É essencial uma rotina de cuidados da pele acneica com hidratação adequada. A alimentação e os hábitos de vida influenciam a acne e devem ser incentivados: evitar dieta rica em alimentos com alto índice glicêmico e laticínios, evitar tabagismo, evitar exposição excessiva aos raios solares, evitar cosméticos inadequados para pele oleosa e acneica.

Dra. Paola Pomerantzeff

Dra. Paola Pomerantzeff

Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em dermatologia clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.  @drapaoladermatologista

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site Doutor Jairo