Doutor Jairo
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Fim da pandemia: quais as expectativas de que tudo volte ao normal

"Acho que ainda temos cerca de um ano pela frente em que ainda não vamos conseguir voltar a uma situação de normalidade" - Reprodução/YouTube
"Acho que ainda temos cerca de um ano pela frente em que ainda não vamos conseguir voltar a uma situação de normalidade" - Reprodução/YouTube

Redação Publicado em 08/02/2021, às 12h00

Dr. Jairo, quais são suas expectativas para quando tudo voltar ao normal, sem que precisemos nos preocupar com a pandemia?

Para ser bem sincero, acho que ainda temos cerca de um ano pela frente em que ainda não vamos conseguir voltar a uma situação de normalidade imediata ou muito parecida com o que tínhamos antes. 

Estamos vacinando a uma velocidade muito lenta ainda, um pouco por causa da falta dos insumos e outro por conta do atraso na chegada desses insumos da China, assim como pela desorganização no planejamento na esfera federal. 

Acredito que, hoje, temos vacinado no Brasil menos de 2% da população, o que é muito pouco. Afinal, precisamos chegar em 70% de brasileiros vacinados para que possamos respirar mais aliviados. Atualmente, temos vacinado entre 200 mil e 300 mil pessoas por dia no máximo, enquanto os EUA, por exemplo, chegam a vacinar mais de um milhão.

Estamos muito aquém da nossa possibilidade de vacinar. O nosso programa nacional de imunização é bom e tem um alcance muito maior do que isso, mas estamos engatinhando. As chances de conseguirmos resolver isso rápido são pequenas, então a minha previsão é de que a gente ainda vá enfrentar um ano de 2021 ainda bastante complicado. 

Talvez mais para o final do ano seja possível respirarmos um pouco mais aliviados. Para efeitos de comparação, Israel tem uma população de 10 milhões de pessoas (de fato, bem menor que a nossa) e hoje já vacinou quase 60% da população, com uma velocidade, distribuição e planejamento muito maiores que os nossos. 

Os países que já começaram a vacinar mais também já começaram a perceber um risco menor de infecções, de transmissão, de avanço de casos graves e de ocupação de hospitais. Então, tomara que a gente consiga vacinar todo mundo o mais rápido possível.