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"Vulva azul"; você conhece essa condição?

De nome até poético, a “vulva azul” pode ser incômoda - iStock
De nome até poético, a “vulva azul” pode ser incômoda - iStock

Redação Publicado em 08/08/2021, às 12h33

Homens que ficam sexualmente excitados por muito tempo, mas sem nenhum tipo de alívio, podem apresentar uma condição conhecida como “bolas azuis”, que tem o nome médico de hipertensão epididimal. No entanto, não se trata de algo exclusivo do sexo masculino. Mulheres – ou como se tem dito atualmente, “pessoas com vagina” – também podem ter sua versão: a “vulva azul”.

Mas, afinal, o que é a “vulva azul”?

A excitação sexual aumenta o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais, e o processo recebe o nome de vasocongestão, quer ocorra em um corpo masculino ou feminino. Tanto o pênis quanto o clitóris são órgão homólogos, são formados por tecido erétil que se enche de sangue quando excitado.

Esse processo não torna de fato os testículos ou a vulva azuis, mesmo em membros da realeza, que dizem ter o sangue dessa cor (o que é apenas uma metáfora). Na verdade, aparece uma coloração azulada, que dá nome ao problema.

A “vulva azul” segundo elas

Mulheres que tiveram a ocorrência da “vulva azul” a descrevem como uma sensação de peso em torno do clitóris e da vulva. Esse sintoma desaparece quando o fluxo sanguíneo para a região se normaliza –  geralmente depois do orgasmo ou quando a excitação sexual passa. Outras mulheres se queixam que a ocorrência da “vulva azul” é desconfortável, irritante e até mesmo dolorosa.

É comum ocorrer a “vulva azul”?

O problema é mais comum entre mulheres com mais de 40 anos, que demoram mais para atingir o orgasmo ou têm algum problema relacionado a ele.

No entanto, qualquer uma pode eventualmente apresentar essa condição se ficarem muito tempo excitadas e sem resolução. Às vezes nem se trata de uma mudança de coloração, mas sim de desconforto ou mesmo dor na região.

“Vulva azul”: tem como resolver?

De acordo com a International Society for Sexual Medicine, a condição não ainda não foi devidamente estudada. De acordo com a entidade, geralmente não é algo para se preocupar.

Os sintomas, como dor ou incômodo na região, podem levar algum tempo para passar, sendo que a melhor maneira de aliviá-los é ter um orgasmo, por meio de uma relação sexual que leve a ele, ou a masturbação, com ou sem acessórios. Um banho frio e buscar alguma forma de relaxamento também podem ajudar.

Confira:

Quando a “vulva azul” pode ser um problema?

Quem tem vida sexual ativa ocasionalmente pode viver uma situação sexualmente excitante, mas com circunstâncias que não permitam chegar a uma resolução. Pode ser que haja outras pessoas no ambiente, incluindo crianças, ou que apareçam visitas inesperadas, dessas que tocam a campainha nessa hora e estragam o momento.

Agora, se você fica excitada, independente da frequência, mas não busca resolver isso, seja por meio de um orgasmo, seja desviando o foco para outra coisa, a fim de que a excitação passe, pode ser uma forte candidata à “vulva azul”.

A excitação sexual não raro é o prelúdio de diversas sensações prazerosas, mas se você fica apenas com o lado desagradável e incômodo dela, quem sabe seja o caso de refletir a respeito. Sente culpa ou acha errado buscar sua satisfação? Talvez seja resultado de uma formação religiosa rígida ou uma educação demasiado repressiva. Se isso estiver produzindo aborrecimento, ou até mesmo sofrimento, uma boa estratégia seria conversar com alguém, melhor ainda se for com um(a) psicoterapeuta.

Agora, pode ser o caso de você ter anorgasmia, que é a dificuldade ou incapacidade de chegar ao orgasmo. Ela pode ter causas físicas, como o uso de alguns medicamentos que impedem alcançar esse clímax. Ou psicológica, como ansiedade e depressão. Se você tem anorgasmia, avalie se é o caso de consultar um(a) médico(a), se a causa for física, ou um(a) psicólogo(a), se a causa for emocional.

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