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Pessoas abaixo dos 30 anos também deveriam se testar para ISTs

Além do teste, o uso de camisinha também é importante - iStock
Além do teste, o uso de camisinha também é importante - iStock

Redação Publicado em 19/04/2021, às 14h36

Segundo a Força Tarefa Canadense sobre Cuidados de Saúde Preventivos, pessoas abaixo dos 30 anos que têm uma vida sexual ativa deveriam fazer testes de clamídia e gonorreia — e esses testes deveriam ser distribuídos gratuitamente!

No Canadá, assim como no Brasil e em vários outros países, essas são algumas das ISTs mais comuns e podem ser tratadas com antibióticos tranquilamente. Contudo, sem essa atenção, as infecções podem causar doença inflamatória pélvica, dor e, possivelmente, infertilidade. 

Por que fazer o teste mesmo sem sintomas?

Os especialistas do Canadá dão alguns motivos para isso:

  • 1 em cada 20 indivíduos sexualmente ativos de 15 a 29 anos terá clamídia.
  • As taxas relatadas para esta faixa etária são 1,0% -1,9% (clamídia) e 0,2% -0,3% (gonorreia).
  • Muitas pessoas são assintomáticas ou não procuram atendimento e não são incluídas nos casos notificados.
  • As verdadeiras taxas de clamídia em jovens de 15 a 29 anos podem ser tão altas quanto 5% -7%.
  • Taxas crescentes de clamídia e gonorreia em pessoas com idade entre 25-29 anos desde 2000.
  • O rastreamento pode reduzir a doença inflamatória pélvica em mulheres.

No Brasil, o número de ISTs aumentou

Embora a recomendação tenha sido feita no Canadá, a dica também é válida para o Brasil, onde as taxas de ISTs também crescem. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 158.051 casos de sífilis, fazendo com que a taxa de detecção da doença adquirida por 100 mil habitantes passasse de 25, em 2014, para 75,8 em 2018. Já o HIV chegou a ter 43,9 mil novos casos em 2018, principalmente entre homens de 25 a 39 anos. Ambas as infecções são de notificação compulsória, por isso os números são mais precisos. Mas eles indicam que outras infecções transmitidas pelo sexo sem proteção também devem ter aumentado na mesma proporção.

Como se proteger das ISTs

Além de fazer exames de rotina, como já citado, o ideal é utilizar sempre preservativo. E lembrar que, caso a camisinha tenha estourado ou não tenha sido usada, a recomendação é que se procure o médico para usar a PEP (profilaxia pós-exposição de risco). Disponível no SUS (sistema único de saúde), esse tratamento age contra o vírus HIV, sífilis, gonorreia, hepatite B, tricomoníase ou clamídia. 

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