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Para combater as agressões online, é preciso trabalhar empatia

Busca por diversão, recompensa e aprovação social são motivações para comportamentos antissociais online - iStock
Busca por diversão, recompensa e aprovação social são motivações para comportamentos antissociais online - iStock

Jovens adultos se envolvem em comportamentos antissociais online por diversão e aprovação social, e aqueles que praticam esse comportamento tendem a ter pontuações mais baixas de empatia cognitiva do que a média, ou seja, menor capacidade de entender como a outra pessoa se sente e vê o mundo. 

Essas foram as conclusões de pesquisadores da Universidade das Artes de Londres, no Reino Unido, publicadas no periódico de acesso aberto PLOS ONE

Bullying e assédio online 

O comportamento antissocial nas redes sociais, como assédio e bullying, está em ascensão. Para as vítimas de cyber agressão, o comportamento pode levar a várias consequências negativas, incluindo estresse mental e emocional, além de redução do engajamento online, o que leva a um maior isolamento.

No novo trabalho, os pesquisadores realizaram uma pesquisa com 557 estudantes universitários de Toronto, no Canadá. Os jovens forneceram informações sobre seu envolvimento em cyber agressão ou cyber vitimização, além de traços de personalidade, incluindo desinibição, autoestima, empatia e possíveis motivações para as agressões.

É preciso desenvolver a empatia 

No fim, 359 estudantes completaram o estudo. No geral, os pesquisadores encontraram três fatores associados à perpetração de comportamento antissocial online: diversão, recompensa e empatia cognitiva.

A recompensa e a diversão foram identificadas como motivações para os atos, sugerindo que os jovens se envolvem em comportamento antissocial online por empolgação, para se divertir, e para obter aprovação social.

Já a empatia cognitiva foi associada negativamente ao comportamento, sugerindo que os perpetradores têm menor capacidade de compreender as emoções dos outros e menor compreensão de como seus alvos podem se sentir.

Os autores concluem que estratégias e intervenções para desenvolver a empatia e fazer com que as pessoas reflitam sobre suas ações antes de postar online podem ajudar a mitigar a ciberagressão.

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin