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Incontinência urinária tem tratamento para homens! Veja como funciona

Veja o que especialista fala sobre o assunto - iStock
Veja o que especialista fala sobre o assunto - iStock

Redação Publicado em 09/03/2022, às 10h00

No Brasil, cerca de 10 milhões de brasileiros apresentam algum grau de incontinência urinária e convivem todos os dias com a condição, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Atualmente, o problema atinge 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos e, além do público mais jovem, a condição afeta uma em cada três pessoas acima dos 60 anos. A incidência da incontinência é tão grande que ela já é conhecida mundialmente como “câncer social”, por conta do constrangimento por parte de quem convive com a incontinência. 

Homens procuram médico primeiro

Durante todo o mês de março são realizadas ações para conscientizar e levar informações para a população sobre a condição, impulsionadas principalmente pelo Dia Mundial da Incontinência Urinária, que ocorre anualmente no dia 14. O assunto ainda é tabu dentro do público masculino – cerca de 70% dos homens não costumam ir ao urologista, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica –, mas, mesmo assim, são eles que procuram ajuda primeiro quando se trata desse assunto.

“Mesmo com milhares de brasileiros acometidos pela condição, muitos não procuram ajuda médica por não conhecerem direito a doença e seus tratamentos, ou por acreditarem que o problema é natural. As mulheres incontinentes, por exemplo, costumam demorar mais para procurar ajuda. Isso porque muitas consideram os sintomas como algo da idade ou que está ligado à maternidade e ao pós-parto, já que conhecem amigas ou familiares que passam pela mesma situação”, explica o urologista Carlos Sacomani, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association, European Association of Urology e International Continence Society. 

Câncer e incontinência

Ainda de acordo com o especialista, a maioria dos casos de incontinência urinária masculina é causada pelo enfraquecimento do esfíncter e está relacionada à cirurgia para retirada de tumor na próstata. Isso acontece porque a cirurgia de prostatectomia pode afetar o funcionamento desse músculo responsável pelo controle da urina e que envolve a uretra, causando perda involuntária de urina. Outras possíveis causas incluem doenças neurológicas, cirurgias pélvicas, bexiga hiperativa e alterações degenerativas associadas ao envelhecimento. 

Confira:

“Cerca de 5% a 10% dos homens que se submeteram à prostatectomia radical irão apresentar algum grau de incontinência urinária, que é causada pelo enfraquecimento do esfíncter e persiste por um longo período após a cirurgia. Alguns fatores podem aumentar o risco de incontinência: casos mais graves de câncer, experiência dos cirurgiões durante a prostatectomia, idade do paciente e a existência de outros problemas de saúde relacionados”, explica o médico.

Tratamentos disponíveis no Brasil

Segundo o urologista, no Brasil existem duas alternativas principais para o tratamento da incontinência urinária causada pelo enfraquecimento do esfíncter no homem: implantação de um esfíncter artificial ou as cirurgias de sling, que consistem na colocação de uma faixa sob a uretra de modo a comprimi-la.

Geralmente, os slings são usados para tratar incontinência urinária em casos leves e moderados, e o esfíncter artificial, nos casos de incontinência moderada a grave. “Esse tratamento se popularizou no Brasil nos últimos anos e une tecnologia de ponta e recursos seguros para devolver a qualidade de vida ao paciente. Só para se ter uma ideia, o esfíncter artificial é um recurso que apresenta de 80% a 90% de eficácia para homens com incontinência urinária decorrente da cirurgia prostática. Esse procedimento consiste no implante de um pequeno anel em volta da uretra, totalmente contido no corpo e imperceptível, que passa a ser o responsável pelo controle da urina”, finaliza.

Por isso, é de extrema importância consultar um médico, caso repare que está com incontinência urinária. É preciso fazer os exames e tirar suas dúvidas, para que, caso seja possível, o tratamento ideal seja feito.

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