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Homens têm mais casos de câncer de pele, hanseníase e sífilis, diz SBD

Câncer da pele é um exemplo dos problemas de saúde mais prevalentes entre a população masculina - iStock
Câncer da pele é um exemplo dos problemas de saúde mais prevalentes entre a população masculina - iStock

Redação Publicado em 16/07/2021, às 11h00

Ontem (15), foi comemorado o Dia do Homem. Lembrando a data, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou um levantamento mostrando que eles são as principais vítimas de câncer de pele no país. Entre o período analisado, de 2010 a 2019, do total de óbitos decorrentes de complicações dessa doença, 57,5% (20.959) eram homens. Os dados analisados foram fornecidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e pelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) – ambos do Ministério da Saúde.

Outra informação preocupante apresentada pela pesquisa é que a população masculina não se preocupa com a prevenção do câncer de pele. Os números confirmam: entre janeiro de 2012 a abril de 2021, do total de pacientes que fizeram exames diagnósticos da doença, 45% (914.090) eram mulheres e apenas 28% (567.940) eram homens.

Segundo a SBD, o câncer da pele é um exemplo dos problemas de saúde no campo da dermatologia que são mais prevalentes entre a população masculina. Porém, doenças antigas como sífilis e hanseníase, também prevalecem entre os homens, já que esse grupo ainda tem resistência em buscar orientação e ajuda nos consultórios médicos.

Carcinomas

O crescimento descontrolado das células que compõem a pele provoca o câncer de pele, que tem diferentes tipos. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Porém, mais raro e letal, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, devido à alta possibilidade de provocar metástase.

Segundo a SBD, os homens, novamente, têm mais chances de desenvolver o câncer da pele por conta de hábitos que os colocam em risco: como sair muito mais de casa para trabalhar e para lazer, expondo-se muito mais ao sol, principalmente na zona rural.

Sífilis

De acordo com os números analisados pela SBD, entre janeiro de 2010 e junho de 2020, um total de 468.759 homens foram diagnosticados com sífilis no Brasil. Segundo as informações do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, até 2020, a quantidade de homens contaminados era quase duas vezes maior do que o de mulheres.

Também no ano passado, do total de casos de sífilis diagnosticados, 62,6% ocorreram entre a população masculina e 37,4%, na feminina. Para a SBD, a doença seria mais comum nos homens, provavelmente porque são indivíduos que adotam um comportamento de risco do ponto de vista sexual. Isso, claro, aumenta a possibilidade de adquirir a infecção pelo treponema, o causador da sífilis.

Hanseníase

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), os homens representam 55% do total de novos casos de hanseníase detectados na última década. Essa doença acomete mais a população masculina não só por aqui, mas no mundo inteiro. 

Não há nenhuma diferença imunológica, genética e hormonal que justifique esse fenômeno, segundo a SBD. Acredita-se que essa alta incidência decorra de fatores como o homem ter que sair mais de casa para trabalhar e sua maior exposição em aglomerações, o que facilita contágio dessa doença. Já que, por exemplo, isso ocorre nos meios de transporte urbanos, uma vez que a hanseníase pode ser transmitida por meio das vias aéreas superiores (fala, tosse, espirro).

A Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que, para prevenir essas doenças, é essencial que haja uma mudança de hábitos. "Nesse sentido, o homem deve evitar comportamento de risco. No campo sexual, deve ter o hábito de usar o preservativo. Quando o assunto é câncer de pele, a grande estratégia é usar o filtro solar logo ao acordar, aliado à redução da exposição sol, sobretudo no período de 9h às 15h", afirma o médico Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD.

Queixas

Um dos principais motivos que faz com que os homens procurem um dermatologista é a necessidade de tratar alopecias, segundo Fabiane Mulinari Brenner, coordenadora do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD. E elas se dividem em dois tipos: cicatriciais e não cicatriciais.

As mais comuns são a androgenética, a popular calvície, e a areata – quando a queda de cabelo é repentina e começa com uma ou mais áreas. Além dos eflúvios telógenos, que são períodos temporários de queda e rarefação. A dermatologista lembra ainda que há manifestações que têm origem genética, autoimune ou decorrentes de episódios de estresse, por remédios ou outras doenças, como a Covid-19. E, em geral, como o tratamento para a alopecia é longo, o acompanhamento do especialista é importante.

Fabiane acrescenta que todo paciente, independentemente da alopecia, deve manter cuidados rotineiros para ter cabelos saudáveis, como usar xampu adequado ao tipo de cabelo; evitar tratamentos químicos, como alisamento e tintura; cortar o cabelo de forma frequente; desembaraçar os fios no banho e adotar pentes de dentes largos na hora de se arrumar.

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