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Faz mal transar estando com infecção urinária?

Especialistas comentam se há problemas em transar mesmo estando com infecção urinária - iStock
Especialistas comentam se há problemas em transar mesmo estando com infecção urinária - iStock

Redação Publicado em 25/08/2021, às 12h00

Infelizmente, a infecção do trato urinário (ITU) é uma realidade para muitas mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), elas são mais vulneráveis, sobretudo porque possuem menor extensão anatômica da uretra do que os homens, e maior proximidade entre a vagina e o ânus. 

Mas por que isso ocorre?

As ITUs acontecem quando bactérias, geralmente do tipo que ficam ao redor do ânus, penetram na uretra e formam uma colônia em algum lugar ao longo do trato urinário, de acordo com a National Library of Medicine.

Confira:

E embora haja uma série de maneiras diferentes de a bactéria entrar em áreas onde não deveria, a atividade sexual, especialmente com um novo parceiro, aumenta o risco de contrair uma infecção do trato urinário, observa o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. 

Quais são os sintomas?

Os sintomas da cistite (quando acomete somente o trato urinário baixo) e pielonefrite (quando afeta também o trato urinário superior) são diferentes. Na cistite, há geralmente dor e urgência ao urinar, aumento da frequência do desejo de urinar, e dor suprapúbica (na parte inferior do abdome). A febre, na maior parte das vezes, não está presente, mas pode haver, em alguns casos, alteração do odor, aspecto e cor da urina. Já na pielonefrite, que se inicia habitualmente após um quadro de cistite, ocorre frequentemente febre alta (geralmente superior a 38 °C), associada a calafrios e dor lombar de um ou de ambos os lados. Febre, calafrios e dor lombar formam a tríade de sintomas característicos da pielonefrite, estando presentes na maioria dos casos.

Mas, se mesmo com tudo isso a pessoa quiser transar, ela pode?

Bom, é possível, sim, fazer sexo com essas infecções, mas provavelmente a pessoa não vai querer, já que o desconforto costuma ser muito grande.

Patricia A. Wallace, médica, ginecologista e urologista do Providence Mission Hospital, no sul da Califórnia, comentou o assunto:

Não acho que alguém se preocupe com a segurança, é mais com o conforto. Se você tem uma infecção ativa da bexiga [o tipo mais comum], você não se sente muito confortável na maior parte do tempo nessa área, então, evitar relações sexuais é provavelmente a melhor aposta até que as coisas se acalmem e você se sinta melhor.”

Além disso, em alguns casos, o sexo pode até piorar os sintomas, acrescenta Felice Gersh, fundadora e diretora do Grupo Médico Integrativo de Irvine, em Irvine, Califórnia.

A penetração pode exercer pressão sobre as partes do corpo com bactérias infectadas. Essa é uma receita para mais dor e, potencialmente, até um período de recuperação mais longo – parte da razão pela qual os médicos geralmente recomendam esperar uma semana ou mais após o início do tratamento antes de fazer sexo, de acordo com a Fundação Nemours.

Porém, se mesmo após saber de tudo isso a pessoa ainda sentir vontade de ter relações, vale destacar que ela não vai espalhar a bactéria que causa as infecções do trato urinário para o parceiro.

“Certas bactérias que entram na uretra podem ser transmitidas de um lado para outro, mas essas não são bactérias de ITU verdadeiras – são bactérias de IST [infecções sexualmente transmissíveis]”, diz Wallace.

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