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Estudo mostra impacto da compulsão por seriados no sono

Imagem Estudo mostra impacto da compulsão por seriados no sono

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h48 - Atualizado às 23h53

Assistir a vários episódios de uma mesma série de uma tacada só, que em inglês se chama “binge-watching”, virou uma prática comum entre adultos jovens. Mas, segundo um estudo, embora divertida, a mania tem seu preço: o sono sacrificado.

Um trabalho conduzido pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e pela Escola Leuven de Pesquisas em Comunicação, na Bélgica, mostra que indivíduos que têm compulsão por seriados como “The Walking Dead” ou “Game of Thrones” dormem pior, sofrem mais de fadiga e de insônia.

Os pesquisadores entrevistaram 423 adultos de 18 a 25 anos sobre seus hábitos de uso de TV, computadores e tablets, além de levantar aspectos relacionados a sono e bem-estar.

A maioria, ou 81%, disse que já tinha assistido a vários episódios de uma só vez. Desses 40% tinham tido um episódio de “binge-watching” no mês anterior à entrevista, e 28% relataram ter feito isso várias vezes. E 7% assistiram aos seriados de forma compulsiva quase todos os dias da semana.

Todos osa entrevistados afirmaram que dormiam, em média, sete horas e meia por noite. Mas os adeptos do “binge-watching” relataram mais cansaço e pior qualidade do sono em comparação com aqueles que não tinham o hábito, ou que assistiam à TV apenas.

O estudo mostrou que o aumento do alerta mental antes de dormir, por causa das séries, é o mecanismo que explica o impacto sobre a qualidade do sono. Ou seja, os enredos são tão envolventes que a pessoa continua pensando neles depois de apagar a luz. Isso leva a uma excitação que gera aumento ou irregularidades na batida do coração, e faz com que a pessoa demore mais para dormir profundamente.

A baixa qualidade de sono tem sido associada a problemas de saúde física e mental, incluindo redução da memória e da capacidade de aprendizagem, além de obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares. Os dados saíram no Journal of Clinical Sleep Medicine.