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É verão! 13 alimentos mais perigosos para a sua saúde

No verão, diversos alimentos podem trazer risco à saúde se não forem tomados os devidos cuidados - iStock
No verão, diversos alimentos podem trazer risco à saúde se não forem tomados os devidos cuidados - iStock

Redação Publicado em 31/12/2021, às 11h00

Quem não fica esperando o início dos feriados prolongados ou das férias com ansiedade?Descansar em um lugar diferente, seja praia, campo, ou até mesmo em um outro país, anima qualquer estado de espírito...

Porém, se você vai cozinhar ou comer fora nesses dias, não baixe a guarda em relação à sua saúde. A cozinha e os fornecedores serão outros, o mesmo valendo para os locais ou vendedores que escolher para fazer suas refeições.

Então, a regra de ouro é: não dê férias para os cuidados com a higiene! E, se for preparar sua própria comida, nunca deixe nenhum alimento fora da geladeira por mais de 4 horas. E sempre é bom lembrar que nosso país tem temperaturas altas não só no verão.

Você sabia que, no continente americano (Américas do Norte, Central e do Sul), mais de 210 mil pessoas têm sintomas de doenças transmitidas por alimentos contaminados todos os dias?. E perto da metade desses casos afeta crianças com menos de 5 anos de idade. É o que afirma a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Por outro lado, nos Estados Unidos, doenças transmitidas por alimentos atingem  um em cada seis habitantes, 128 mil são hospitalizados e três mil chegam a óbito, segundo  registros do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) desse país.

Veja a seguir uma lista de 13 alimentos que podem comprometer sua saúde. Humm, e esse número 13 talvez não seja apenas coincidência... Quem sabe você ache a relação meio alarmista e com algumas opções mais comuns “na gringa”. Porém, considere que os problemas apontados são os que podem acontecer e não os que vão acontecer inevitavelmente. Por isso, é fundamental ficar alerta e se prevenir!

1. Hambúrgueres

Carne mal passada coloca você em risco de contrair doenças potencialmente fatais, causadas por um subtipo de bactéria E. coli chamada O157: H7. Um surto em 2014 relacionado à carne moída contaminada com esse tipo de E. coli adoeceu 12 pessoas de quatro Estados diferentes dos EUA. 

Para Michael Schmidt, PhD, professor do departamento de microbiologia e imunologia da Universidade Médica da Carolina do Sul (MUSC), o risco depende do número de bovinos que compõem a carne moída do hambúrguer. Assim, quanto maior o número, maior a chance de haver algo que não era para estar na carne. A carne moída é mais arriscada do que cortes específicos de um único animal. Independentemente disso, os hambúrgueres ou qualquer carne devem ser cozidos a uma temperatura interna de pelo menos 160 graus para acabar com a E. coli.

2. Brotos

Guarnecer seu hambúrguer com um punhado de brotos crus – e adicioná-los à sua dieta tem sido uma tendência – pode abrir caminho para uma intoxicação alimentar. Os brotos precisam de um ambiente quente e úmido para crescer, que também são condições ideais para o crescimento de bactérias, incluindo Salmonella , Listeria e E. coli .

3. Molho de salada César

Comer uma salada César pode deixar você doente se o molho for feito da maneira tradicional – com ovos crus. O molho engarrafado comprado em loja é pasteurizado; é com o molho caseiro que você precisa ficar atento. De acordo com Lori Zanini, RD, uma nutricionista de Los Angeles, deve-se ter bastante cuidado com qualquer coisa que possa ser feita com ovos crus ou malcozidos, especialmente se eles não forem pasteurizados.. 

A Food and Drug Administration (FDA) recomenda cozinhar bem os ovos e lavar todos os equipamentos que entram em contato com eles e também suas mãos, com água quente e sabão.

4. Saladas de folhas verdes

Depois de saber que o molho é seguro, considere também a alface em si – e os hábitos de higiene de quem preparou. Um relatório do CDC revelou que as verduras – como alface, escarola, endívia, espinafre, repolho, couve, rúcula e acelga – causaram 262 surtos envolvendo 8.836 casos relatados de doenças transmitidas por alimentos entre 1998 e 2008.

Existem algumas maneiras pelas quais as verduras podem ser contaminadas: na fazenda, por estrume ou enxágue com água suja; quando um doente prepara uma salada sem lavar as mãos; e por contaminação cruzada em casa (por exemplo, usando a mesma tábua de corte para carne crua e preparação de salada, que espalha bactérias da carne para o peparo). Higienize as verduras antes de comer, colocando-as de molho em um vasilhame com produto para esterilização, lavando-as em seguida e muito bem sob a torneira.

5. Frutos do mar e peixes

Se uma viagem de verão para o litoral sempre inclui uma parada em uma barraca de ostras cruas, consuma com cuidado: Vibrio parahaemolyticus e Vibrio vulnificus podem ser contraídos comendo mariscos (nome genérico para os invertebrados marítimos comestíveis) crus, especialmente ostras. De fato, o CDC relatou um aumento de 52% nas intoxicações por Vibrio entre 2011 e 2013.

Ambas as bactérias causam diarreia, vômito e dor abdominal em pessoas saudáveis. Para aquelas com doença hepática, diabetes, câncer, distúrbios estomacais ou qualquer outra condição que afete o sistema imunológico, Vibrio vulnificus é extremamente perigoso: pode invadir a corrente sanguínea, causando uma doença mortal. Metade de todas as infecções da corrente sanguínea por Vibrio vulnificus são fatais.

Outros frutos do mar também podem causar intoxicações. Mexilhões, amêijoas e vieiras podem apresentar toxinas que não são eliminadas com o cozimento. Camarões precisam ser bem limpos, conservados e manipulados adequadamente, além de evitar contaminação cruzada. Lembre-se: camarões são detritívoros, alimentam-se de restos de animais e vegetais.

Os mesmos cuidados valem para certos peixes, em especial cavala, atum e bonito, pois, se apresentarem toxinas, elas também não são eliminadas com o cozimento. Baiacu é um caso à parte, porque possui um veneno extremamente poderoso, que pode levar à morte. Mesmo restaurantes no Japão, especializados nesse peixe, já tiveram clientes que morreram envenenados. Melhor nem experimentar!

6. Sorvetes caseiros

São uma tentação, mas sorvetes caseiros preparados com ovos crus podem conter Salmonella , como explica Leigh Tracy, RD, nutricionista do Centro de Endocrinologia do Mercy Medical Center, em Baltimore, EUA. O FDA recomenda o uso de uma base de creme ou ovos pasteurizados, complementa ela. 

Cozinhar e pasteurizar matam a Salmonella . O sorvete comprado em loja também pode conter bactérias nocivas, mas é muito mais raro. Em 2015, duas marcas americanas produziram sorvetes contaminados com Listeria. Um deles foi relacionado a dez doenças, incluindo três mortes. No entanto, você não deve se preocupar demasiadamente com a segurança do sorvete comprado em um ponto de venda de uma marca conhecida. Listeria raramente é encontrada nas coisas doces porque não pode crescer em temperaturas frias.

7. Melões

Melões têm sido associados a surtos de Listeria e a melancia também pode causar problemas. A Listeria ficou em evidência quando um surto deixou mais de 140 pessoas doentes e resultou em 30 mortes nos EUA. Ao contrário de outros germes, a Listeria pode crescer em temperaturas frias, como na geladeira. Não provoca alteração no cheiro ou sabor do alimento contaminado e apenas o calor pode matar essa bactéria. 

Mas, se o alimento aquecido esfriar, a Listeria pode crescer novamente, de acordo com o FDA. Como os germes vivem na casca externa, enxágue todos os melões em água corrente e esfregue com uma escova antes de comer ou cortar a fruta, mesmo que você a descasque primeiro. Cortar a casca pode espalhar bactérias de fora para dentro da fruta.

8. Frango

O frango é comumente contaminado com Salmonella e precisa ser bem cozido para matar os germes. Uma análise da Consumer Reports de 2014 descobriu que 97% de todos os peitos de frango, incluindo os orgânicos, estavam contaminados com bactérias nocivas. Se possível, use um termômetro de alimentos ao cozinhar carnes e frango para garantir que você os aqueceu a uma temperatura segura.

O frango deve ser cozido a uma temperatura interna de 165 graus e mantido entre 140 e 145 graus. A ave também requer cuidado no armazenamento antes de cozinhá-la. Não se deve colocar frango ou carne crua, mesmo embrulhados em papel alumínio, acima da salada ou tigela de frutas fora da geladeira, antes do preparo, pois os fluidos podem pingar e contaminar outros alimentos sem você saber.

9. Tomates

Tomates são muito saudáveis ​​e podem ser adicionados em saladas ou fatiados como cobertura de hambúrguer. Mas, como não são cozidos (o que geralmente mata as bactérias), foram associados a surtos de doenças transmitidas por alimentos. 

Casos de envenenamento por Salmonella em 2006 foram rastreados até uma embalagem em Ohio, EUA,fazendo com que 190 pessoas ficassem doentes em 21 Estados antes que a fonte do surto fosse descoberta. A Salmonella é encontrada nas fezes de animais ou em alguns hábitats, incluindo lagoas, como valas de drenagem. Por isso, é importante lavar bem os tomates em água corrente e descartar todos aqueles machucados ou estragados.

10. Ovos cozidos

O risco de Salmonella é maior em ovos cozidos quando não são mantidos na temperatura certa (igual ou inferior a 4,5 ºC). A Salmonella pode viver tanto dentro quanto fora dos ovos e eles ainda podem parecer perfeitamente normais, de acordo com o CDC. 

O cozimento deve matar todos os germes dos ovos. Mas, como geralmente se usam muitos ovos em um preparo, eles podem ficar muito tempo em temperatura ambiente. As bactérias podem crescer a níveis perigosos se um ovo esiver mal cozido ou contaminado após o cozimento. Compre ovos apenas de fornecedores que os mantenham refrigerados a 4,5 ºC ou abaixo, e sirva os ovos cozidos no gelo o tempo todo.

11. Salada de macarrão

O Staphylococcus aureus é um tipo de bactéria encontrada principalmente na pele e no cabelo e pode causar intoxicação alimentar quando uma pessoa que prepara um prato o contamina e depois não consegue refrigerá-lo adequadamente. É mais comum em alimentos que exigem manuseio.

Algumas cepas de Staphylococcal aureus são capazes de produzir uma  toxina altamente resistente ao calor e, ao contrário de alguns germes que podem levar até duas semanas para causar os sintomas, o S. aureus pode deixar você doente em 6 horas e às vezes em 30 minutos. Qualquer comida que deva ser mantida quente ou fria, se deixada na zona de perigo (4,5 ºC a 60 ºC), coloca você em risco de doenças transmitidas por alimentos

12. Sobras

As sobras também devem ser tratadas de maneira adequada. Depois que todos tiverem comido, coloque a comida em seu ambiente apropriado, quente ou frio. Alimentos deixados fora da geladeira e se tornam um problema, porque entram na zona de perigo de temperatura (4,5 ºC e 60 ºC). Conte quantas horas a comida ficou de fora. Se estiver perto ou mais de quatro horas, descarte. Isso deve ser feito especialmente se a comida foi deixada fora da geladeira uma boa parte do dia e, nas horas mais quentes.

13. Salada de batata

Uma salada de batata, apetitosa e convidativa, nos faz acreditar que é seguro comer, mas há um caso em que pode se tornar perigoso: quando as batatas são preparadas antes do tempo e armazenadas em papel alumínio. Os esporos de Clostridium botulinum – o grupo de bactérias que causam o botulismo – podem sobreviver ao processo de cozimento da batata. Deixá-las depois embrulhadas em papel alumínio em temperatura ambiente produz condições perfeitas para os esporos germinarem e crescerem, liberando sua toxina mortal.

Em 1994, um restaurante grego em El Paso, Texas, mantinha batatas assadas à temperatura ambiente por vários dias antes de servi-las com um molho; 30 pessoas contraíram botulismo. O botulismo é extremamente raro, mas, mesmo assim, é melhor preparar batatas no mesmo dia em que planeja transformá-las em uma salada.

Fonte: Health.com

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