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Dinheiro não compra amor ou amizade, mostra estudo

Imagem Dinheiro não compra amor ou amizade, mostra estudo

Jairo Bouer Publicado em 14/04/2020, às 17h07 - Atualizado em 15/04/2020, às 16h23

Um estudo publicado semana passada confirma o que uma famosa canção dos Beatles já ensinava nos anos de 1960: dinheiro não compra amor. De acordo com pesquisadores da Universidade de Buffalo e da Harvard Business School, nos EUA, também não compra amizades.

A pesquisa, publicada no periódico Personality and Social Psychology Bulletin, envolveu cinco experimentos diferentes, com um total de 2.500 pessoas. Os participantes responderam a questionários e alguns também preencheram diários ao longo de algumas semanas. Tudo isso ajudou os pesquisadores a avaliar fatores como a importância do dinheiro para a autoimagem, e o tempo gasto com interações sociais, entre outros.

Estudos anteriores já tinham mostrado que quem depende do sucesso financeiro para ter boa autoestima tende a se sentir mais só, por isso os pesquisadores decidiram mergulhar na questão. Segundo os resultados, indivíduos que relacionam seu valor pessoal à conta bancária tendem a se sentir mais isolados e a ter menos relacionamentos satisfatórios.

Mas como se dá esse processo? Essas pessoas sentiriam uma pressão maior para serem bem-sucedidas. Assim, investiriam mais tempo no trabalho e menos com a família e os amigos. Com o passar do tempo, a consequência seria a sensação de estar desconectado. E isso tem um peso forte para a saúde mental.

Depressão e ansiedade podem estar associados ao isolamento, tanto que muita gente têm relatado uma piora no quadro na atual fase de distanciamento social, devido à covid-19. Quem acredita que só tem valor se ganhar muito dinheiro deve estar ainda mais aflito, com prejuízos e incertezas em relação à economia.

Claro que ganhar dinheiro é importante, mas a ambição não deve se sobrepor à convivência com amigos e parentes. O ser humano foi moldado para ter conexões sociais, por isso cultivar os relacionamentos e dedicar tempo às pessoas é fundamental, ainda que, neste momento, isso dependa mais da tecnologia.