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Como evitar a prisão de ventre durante as viagens de fim de ano?

Quando seguramos a vontade de ir ao banheiro, podemos fazer com que o intestino fique ainda mais preso - iStock
Quando seguramos a vontade de ir ao banheiro, podemos fazer com que o intestino fique ainda mais preso - iStock

Redação Publicado em 08/12/2022, às 12h00

Quando fazemos uma viagem, nossos hábitos diários acabam sendo alterados. Deste modo, é bem comum sofrermos com a constipação intestinal ou prisão de ventre. E esse é um problema bem frequente no fim do ano, quando praticamente todo mundo sai da rotina. A boa notícia é que, com atitudes simples, dá para evitar essa situação desagradável.

A constipação relacionada a viagens ocorre principalmente porque o cotidiano do seu corpo é prejudicado. Dependendo de quanto tempo você está viajando, ou do modo como viaja, você pode se desidratar, o que pode causar estragos no estômago. Além disso, quando se viaja, quem tem intestino preso pode ver a situação piorar ainda mais. Isso porque achar escolhas alimentares saudáveis na estrada pode ser uma aventura.

Por isso mesmo, não exagere comendo alimentos com baixo teor de fibras em redes de fast-food, em paradas para descanso ou aeroportos. Em vez disso, leve alguns lanches ricos em fibras para sua viagem. Boas opções incluem biscoitos integrais, frutas secas ou frescas, vegetais frescos ou cereais integrais. Além disso, a maneira como as cabines são pressurizadas nos aviões (se você estiver voando) pode deixá-lo inchado e constipado.

Assim como um estilo de vida sedentário contribui para episódios regulares de constipação, também contribui para a constipação dos viajantes. Quer você esteja voando, viajando de carro ou de trem ou ônibus, é provável que não se mova muito durante a viagem. Na verdade, pode até estar adiando a necessidade de ir ao banheiro. No entanto, isso pode piorar ainda mais a situação.

Algumas das principais causas do intestino preso são as mudanças na vida ou na rotina, pouca ingestão de fibras, falta de atividade física, excesso de consumo de proteína animal e de alimentos industrializados, de acordo com a médica coloproctologista de Brasília, Aline Amaro. Tudo que muita gente faz nesse período de festas e de fim ano.

Outras coisas que podem contribuir para a constipação em viagens incluem:

  • Experimentar novas e diferentes culinárias;
  • Estar em um fuso horário diferente;
  • Ansiedade e estresse;
  • Interrupções do sono.

Embora às vezes possa ser difícil dominar a insônia e os níveis de estresse, especialmente durante as férias, se você conseguir controlar essas emoções, poderá aliviar alguns dos sintomas da constipação.

Mais comum em mulheres

Esse é um transtorno mais comum nas mulheres, em crianças e nos idosos e impacta diretamente na qualidade de vida. Além disso, pode ainda estar associado a doenças do cólon e do reto, como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e câncer colorretal”, detalha Aline, que é especialista pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Ela explica que os sintomas mais característicos podem variar de uma pessoa para outra ou na mesma pessoa em diferentes crises. Os mais comuns são: número menor de evacuações, dificuldade para eliminar as fezes que se apresentam ressecadas, muito duras e pouco volumosas, e uma sensação de esvaziamento incompleto do intestino.

Outros sintomas, como gases, mal-estar, desconforto, distensão e inchaço abdominal também podem estar relacionados à prisão de ventre. Para ajudar a aliviar esses sintomas ela listou algumas dicas. Confira:

6 dicas para evitar a prisão de ventre

1-Ingira água e fibras: a melhor forma de prevenção é por meio da ingestão de água e de fibras presentes nos alimentos. Uma pessoa adulta precisa ingerir diariamente, em média, 25 gramas de fibra e 2 litros de água. Quando isso não acontece, há alteração do funcionamento intestinal, aumentando as chances do desenvolvimento de constipação.

2-Vá ao banheiro sempre que tiver vontade: é importante ficar atento e sempre atender à necessidade de evacuar. Isso porque, quando seguramos a vontade, podemos prejudicar o funcionamento do intestino, fazendo com que ele fique mais preso. Portanto, sempre que a vontade surgir, vá ao banheiro.

3-Evite o consumo exagerado de álcool: bebida alcoólica estimula a diurese e desidrata as fezes. Dessa maneira, se consumimos álcool em excesso favorecemos o quadro de prisão de ventre. E no fim de ano, a maioria das pessoas acaba bebendo mais do que o normal. Cuidado!

4-Coma mais frutas: frutas nos lanches entre as refeições são ótimas para ajudar a evitar a prisão de ventre. A maneira ideal de consumi-las é com casca, o que aumenta a ingestão de fibras.

5-Evite determinados alimentos: se já estamos em uma condição mais favorável a prender o intestino, devemos evitar alimentos que pioram a constipação. Alguns deles são arroz, batata, farinha de trigo, sucos de goiaba e limão, mandioca e pão branco. Além disso, também vale ressaltar que alguns alimentos aumentam o desenvolvimento de gases, como batata-doce, brócolis, couve-flor, ervilha, leite, ovo, uva-passa e verduras em geral.

6-Pratique atividade física: isso ajuda a melhorar o funcionamento do intestino e a evitar a prisão de ventre. Além disso, traz outros diversos benefícios para a saúde. Então, procure se exercitar nos dias em que estiver viajando. Pelo menos 30 minutos por dia de qualquer atividade já contribui.

Aline explica que essas são algumas dicas práticas que ajudam em casos simples. Contudo, ela lembra que é importante buscar sempre um especialista caso sejam notadas mudanças bruscas no ritmo do intestino sem que tenha ocorrido nenhuma mudança nos hábitos alimentares.

Além disso, se as fezes estiverem muito ressecadas ou muito finas, se surgirem sinais de sangramento ou se acontecer um emagrecimento constante sem nenhuma explicação aparente, também é importante procurar um coloproctologista”, finaliza.

Fonte:Aline Amaro é especialista pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, com atendimentos em Brasília. Residência médica em Coloproctologia e em Cirurgia Geral no Hospital de Base de São José do Rio Preto-SP. Graduada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

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