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Arrepender-se não impede você de cometer os mesmos erros, diz pesquisa

Mulheres tendem a se arrepender do sexo casual muito mais do que os homens - iStock
Mulheres tendem a se arrepender do sexo casual muito mais do que os homens - iStock

Redação Publicado em 05/04/2021, às 18h02

Grande parte das pessoas acredita que o arrependimento é algo positivo, já que ajuda a não repetir o mesmo erro. Porém, não é bem assim que funciona, nem mesmo quando se trata de sexo casual

Segundo uma pesquisa da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), na maioria das vezes, as pessoas continuam com o mesmo comportamento sexual e o mesmo nível de arrependimento. Ou seja, elas repetem o que pensavam ser um erro e se arrependem da mesma forma em uma próxima vez.

O principal objetivo do estudo era analisar se o arrependimento sexual é funcional, isto é, se ele contribui para alguma mudança de comportamento. Para isso, os participantes da pesquisa responderam um questionário sobre o assunto duas vezes, com um intervalo de quatro meses e meio entre eles.

Homens x mulheres 

De acordo com a pesquisa, tanto os homens como as mulheres tendem a se arrepender do que fizeram na última vez em que surgiu uma oportunidade de sexo casual. Mas, muitas vezes, o arrependimento acontece por escolhas completamente diferentes. 

No caso das mulheres, por exemplo, elas apresentam maior tendência de se arrepender quando comparadas aos homens. Eles, em contrapartida, lamentam ter deixado de aproveitar uma oportunidade de sexo casual com frequência muito maior do que as mulheres.

Emoções têm funções?

Para a equipe, muitos psicólogos assumem que o arrependimento e outras emoções são funcionais, ou seja, influenciam o comportamento e, dessa forma, gera mudança. 

Após experenciar alguma emoção negativa, por exemplo, a tendência é acontecer uma mudança de conduta para reduzir os riscos de experimentar os mesmos sentimentos depois. Para ilustrar essa ideia, os autores citam o exemplo do nojo – ao ter essa sensação diante de um alimento estragado, evitamos comer e isso nos protege de uma infecção. O mesmo vale para o medo, que nos defende de uma situação de perigo. 

Nesse cenário, segundo os pesquisadores, grande parte das pessoas acredita que o arrependimento se encaixa nesse grupo de emoções funcionais e acaba sendo considerado um sentimento negativo útil, ou seja, ele seria um guia para que o indivíduo não repita algo que se arrependeu de fazer. 

Se o arrependimento funcionasse dessa forma, os homens não fariam sexo casual com mais frequência na próxima vez que surgisse a oportunidade e as mulheres escolheriam melhores parceiros, fariam menos sexo casual ou se esforçariam mais para ter relacionamentos estáveis. Certo?

Mas não é isso que acontece. Os resultados do estudo revelaram que não aprendemos com aquilo que percebemos como um erro. 

Então, qual é a explicação?

De acordo com os pesquisadores, isso ocorre porque o comportamento depende da personalidade, que é algo diferente e muito mais complicado do que um sentimento de arrependimento curto ou prolongado. 

Sendo assim, quase sempre somos quem somos e, quando surge a oportunidade e o tesão toma conta, ou não, provavelmente reagimos como antes. 

Ainda segundo a equipe de estudiosos, o arrependimento é flexível e não é constante, ou seja, ele se adapta de acordo com as condições. 

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