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4 fatos sobre “drunkorexia”, o hábito de trocar comida por álcool

Muitas mulheres abrem mão de refeições para consumir bebida alcoólica e, assim, diminuir o consumo calórico - iStock
Muitas mulheres abrem mão de refeições para consumir bebida alcoólica e, assim, diminuir o consumo calórico - iStock

Redação Publicado em 19/03/2022, às 12h00

Você fica sem comer no almoço ou no jantar para abusar das calorias da bebida alcoólica? Esse comportamento é chamado de “drunkorexia”, uma mistura dos termos “drunk” (“bêbado”, em inglês) e anorexia, transtorno alimentar caracterizado pelo medo exagerado de ganhar peso e por distorções na autoimagem corporal.

Muita gente, em especial mulheres jovens, buscam o álcool como uma forma de aliviar o incômodo provocado pelas preocupações com a autoimagem, além de encontrar na substância um drible temporário para a fome. Por saberem tudo sobre dietas, essas pessoas têm noção das calorias contidas nas bebidas alcoólicas, e, por isso, trocam refeições inteiras pelos drinques.

Veja, a seguir, alguns fatos importantes sobre a “drunkorexia”, a fim de proteger sua saúde e integridade, ou a de quem você ama:

1. Comportamento aumenta o risco de apagões

Substituir uma refeição por drinques ou cerveja é algo perigoso, já que consumir álcool em jejum faz com que a concentração da substância no sangue aumente rápido demais. Esse é um dos principais fatores de risco para um apagão alcoólico, também conhecido como “blecaute” ou perda de memória. É que a partir de uma determinada concentração no sangue, o álcool provoca uma espécie de curto-circuito no cérebro. Isso deixa a pessoa muito mais vulnerável a acidentes, sexo sem proteção e até a situações de violência.

2. Mulheres são mais vulneráveis ao problema

Segundo estudos de especialistas norte-americanos, cerca de 30% das mulheres de 18 a 23 anos costumam restringir o consumo de calorias provenientes da comida para dar espaço para as calorias vazias do álcool. E há um agravante: o corpo feminino é mais vulnerável aos efeitos da bebida por questões ligadas à composição corporal. Mas isso não significa que homens estejam imunes a transtornos como anorexia e bulimia, e ao comportamento apelidado de “drunkorexia”.

3. Não é “oito ou oitenta”

É importante destacar que tanto o transtorno do uso de álcool quanto os transtornos alimentares existem em um espectro, podendo ser leves, moderados ou graves. Isso significa que algumas pessoas podem achar que não têm qualquer problema, afinal só bebem de fim de semana, ou só evitam certos alimentos para a bebida “descer redonda”. Mas, em muitos casos, essas situações já podem configurar um transtorno. A mesma lógica vale para a anorexia: muita gente acredita que o problema só afeta gente muito magra, o que é um equívoco.

4. Remédios complicam tudo

Medicamentos utilizados no tratamento de transtornos alimentares, depressão ou ansiedade podem potencializar os efeitos do álcool. Substâncias como laxantes, diuréticos, antidiabéticos, cafeína e outros estimulantes, usados por quem tenta emagrecer ou ganhar massa muscular, podem acentuar as consequências negativas do excesso de álcool, como desidratação, hipoglicemia e perda de memória. Parar de tomar um medicamento prescrito pelo médico para beber é algo perigoso, por isso não tenha vergonha de perguntar ao profissional de saúde como proceder nos dias em que for difícil evitar a bebida alcoólica. E se os excessos de álcool se tornarem frequentes, saiba que isso também pode ser tratado.

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