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Nos EUA, cerca de 1 a cada 5 adolescentes já considerou suicídio

Imagem Nos EUA, cerca de 1 a cada 5 adolescentes já considerou suicídio

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h54 - Atualizado às 23h53

No ano passado, quase um terço dos jovens norte-americanos de 15 a 17 anos de idade (ou 31,5%), apresentou períodos de tristeza e desesperança persistentes, quase todos os dias e por mais de duas semanas, a ponto de ter interrompido alguma atividade por causa disso. Além disso, mais de 17% pensaram seriamente em tirar a própria vida e 7,4% efetivamente tentaram suicídio. Todas essas proporções mais altas que as registradas há dez anos.

Os números acima fazem parte da Pesquisa de Comportamentos de Risco na Adolescência, feita pelo Centro de Pesquisa e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) a cada dois anos. Os dados refletem as atitudes e ideias de 15 mil alunos de ensino médio de 39 estados diferentes.

A realidade de jovens brasileiros e norte-americanos é diferente. Lá, por exemplo, a taxa média de suicídios ainda é bem mais alta que a nossa – cerca de 16 a cada 100 mil pessoas tentam acabar com a própria vida a cada ano, enquanto no Brasil a estimativa é de 5,5 a cada 100 mil habitantes. Mas os números, em ambos os países, têm aumentado entre os adolescentes, por isso pesquisas como esta podem trazer pistas importantes sobre o problema.

Pela segunda vez, o levantamento do CDC envolveu a orientação sexual dos participantes, e os dados revelam discrepâncias: os relatos de tristeza e desesperança foram muito mais frequentes entre jovens gays, lésbicas e bissexuais (63%) do que entre os heterossexuais (27,5%), e as tentativas de suicídio seguem o mesmo padrão.

Vinte e sete por cento dos jovens de minorias sexuais relataram ter sofrido bullying pela internet no último ano, o dobro do registrado para estudantes heterossexuais. E 63% disseram ter sofrido violência sexual, em comparação com 27% dos entrevistados heterossexuais. O uso de drogas também é mais frequente entre eles.

Outro dado que chama atenção na pesquisa é que jovens de todas as orientações sexuais têm usado menos camisinha: apenas 54% afirmaram ter usado proteção na relação mais recente, contra 62%, em 2007. E a proporção é ainda mais baixa entre os adolescentes gays, lésbicas e bissexuais, o que comprova que lá, assim como no Brasil, faltam campanhas direcionadas.

O estudo também trouxe alguns resultados positivos quando se considera a população geral de jovens: o uso da pílula aumentou (de 25,3% para 29,4%), o uso de drogas ilícitas diminuiu (de 22,6% para 14%) e a proporção de adolescentes que já tiveram relações sexuais diminuiu de 48% para 39%.