Irina Palm: a vovó masturbadora

Maggie é uma senhora viúva de meia-idade que tem diante de si um grande problema. Seu neto tem uma doença grave e poucos meses de vida. Um tratamento de última geração parece ser a última esperança do garoto. É gratuito, mas... oferecido em Sidney, Austrália.

Os custos da viagem, da permanência em outro país, são proibitivos para a família. Os pais não têm recursos. Maggie já havia vendido a casa para pagar as contas e o banco recusa um empréstimo, por ela não ter emprego. O tempo urge...

Ok “pôr a mão na massa”, mas assim?

Atordoada pela situação, Maggie perambula pelas ruas do Soho londrino, quando se depara com um anúncio em uma casa noturna oferecendo vaga para uma “anfitriã”. Logo fica sabendo que se trata de um trabalho, por assim dizer... manual. O proprietário do local, Miki, examina as mãos de Maggie, macias e delicadas, e a considera apropriada para o que iria fazer.

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De início, ela conta com a ajuda de Luísa, uma migrante já veterana na Sexy World, que a ensina o que vai fazer. Dentro de um pequeno aposento, com um buraco na parede (o chamado “glory hole”), os clientes apresentam seus genitais para serem masturbados. Não podem vê-la e nem ela a eles. O dilema moral toma conta da inexperiente senhora, mas a vida de seu neto é mais importante e ela acaba se conformando.

Não ganha muito na primeira semana, mas o tempo está passando e ela precisa de mais dinheiro. Passa a trabalhar horas adicionais e adota o nome de “Irina Palm”, com alusão meio óbvia ao que faz. Mesmo assim, ela precisa de mais e pede um adiantamento de 6 mil libras, a serem devolvidos em até oito semanas. Logo, ela se torna a estrela da casa e os frequentadores fazem fila para serem atendidos por ela.

Nem tudo são prazeres nessa hstória

Maggie acaba desenvolvendo uma LER (lesão por esforços repetitivos) devido ao excesso de trabalho. Com o braço direito imobilizado, ela não se deixa vencer e trabalha com a mão esquerda. Contudo, o dinheiro entregue para os pais do neto causa surpresa e desconfiança. As amigas se perguntam como Maggie está ganhando dinheiro se nunca trabalhou.

A verdade vem à tona, gerando rejeição e comentários preconceituosos da comunidade. O filho diz não perdoar a mãe, o sucesso de Maggie gera assédio de um concorrente e tudo isso acaba perturbando a pobre senhora, que...

Bom, contar o resto da trama seria um “spoiler”. O melhor é deixar a expectativa no ar como um convite para assistir a essa película tão interessante.

Um filme aclamado

Temas profundos, tratados com delicadeza: dedicação, lealdade, escolha, amor, ética, moral, falsa moral... Mas também hipocrisia, etarismo e sexismo.

Dirigido por Sam Garbaski, estrelado por Marianne Faithfull e Predrag 'Miki' Manojlovic, essa produção multinacional de 2007 foi apresentada no Festival de Berlim, chegando a ser indicada como melhor filme.

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