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Vacina para a doença de Alzheimer começa a ser estudada

A doença está cada vez mais comum, já que a população se torna cada vez mais longeva - iStock
A doença está cada vez mais comum, já que a população se torna cada vez mais longeva - iStock

Tarso Adoni* Publicado em 02/12/2021, às 12h10

Uma boa notícia em meio a tanto sofrimento causado pela pandemia da Covid-19: nova vacina para tratar a doença de Alzheimer começa a ser estudada. Desenvolvida pelo laboratório sueco Alzinova AB, o estudo já incluiu o seu primeiro paciente e deverá incluir 26 no total, todos com a forma inicial da doença. Embora, pelo menos inicialmente, o objetivo do estudo seja verificar a segurança e a tolerabilidade da vacina, também há a expectativa de análise dos resultados relativos ao depósito da proteína beta-amiloide.

A doença de Alzheimer se caracteriza pelo depósito anormal de uma proteína no cérebro chamada beta-amiloide. Essa proteína é fundamental para o funcionamento das nossas células nervosas. No entanto, em pacientes com alzheimer, a proteína adquire uma característica tóxica quando composta por 42 oligômeros.

Simplificando, imagine um colar de contas ou pedras. Cada conta ou pedra é um oligômero. A proteína beta-amiloide tóxica contém 42 contas ou pedras. O objetivo da vacina é “ensinar” o sistema imunológico a impedir a formação de proteína beta-amiloide composta por 42 oligômeros.

Confira: 

 Os primeiros resultados são aguardados para o segundo semestre de 2023. Embora seja um estudo pequeno, o seu desenho é cientificamente muito elogiado, com dois grupos incluídos, placebo e tratado, e sem o conhecimento dos pesquisadores e pacientes do tipo de substância recebida (duplo-cego).

Diante de uma doença cada vez mais comum, já que a população se torna cada vez mais longeva, toda a ciência empregada com o objetivo de tratá-la deve ser vista com otimismo e esperança.      

*Sobre o autor: Dr. Tarso Adoni

Médico Neurologista, Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia Fellow da American Academy of Neurology, Coordenador da Residência Médica em Neurologia do Hospital Sírio-Libanês. Ex-Secretário Geral da Academia Brasileira de Neurologia. Membro do Conselho Editorial da TREVOO (desde 2021).