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Não consigo parar de roer as unhas; o que fazer?

O processo para deixar de roer as unhas pode ser feito de forma gradual - iStock
O processo para deixar de roer as unhas pode ser feito de forma gradual - iStock

Redação Publicado em 21/03/2022, às 09h00

“Doutor, não consigo parar de roer as unhas. O que eu posso fazer?”

Em primeiro lugar, é importante enfatizar que roer as unhas de forma repetitiva pode fazer com que a pele ao redor fique machucada, danificando o tecido de crescimento. Resultado: unhas fracas e de aparência anormal.

Além disso, quem tem esse hábito pode transferir bactérias e vírus da boca para as unhas e vice-versa, ficando mais vulnerável ao risco de infecções.

Confira:

O que pode ser feito?

Interromper um hábito como esse nem sempre é fácil, mas algumas estratégias podem ajudar:

  • Tente manter as unhas curtas: unhas aparadas e menores apresentam uma menor área para morder e, consequentemente, diminuem a tentação;
  • Use esmaltes com o gosto amargo: o objetivo desse tipo de produto é que esse gosto desagradável faça com que a pessoa tenha menos vontade de roer as unhas;
  • Capriche na aparência das unhas: unhas protegidas ou pintadas podem diminuir o desejo de mordê las;
  • Faça uma troca de hábitos: que tal substituir o “roer unhas” por um bom hábito? Por exemplo, uma atividade em que ocupe as mãos;
  • Identifique os gatilhos: o que leva a pessoa a roer as unhas? Talvez estresse, tédio ou ansiedade podem estar estimulando esse hábito;
  • Sem pressa: a recomendação é que a interrupção do hábito de roer as unhas seja feita de forma gradual. Por exemplo, tente primeiro parar de roer as unhas de um dos dedos e assim por diante.   

Como os hábitos são formados? 

Hábitos são rotinas ou rituais inconscientes ou automáticos. Em outras palavras, é uma prática que a pessoa repete tão regularmente que pode ser difícil mudar.

Um hábito pode, inclusive, ser praticado de forma inconsciente, como balançar a perna ou morder os lábios quando precisa fazer alguma coisa em público.

O sistema nervoso sensorial está sempre monitorando ações que podemos tomar e que vão entregar uma dose de dopamina em troca, um neurotransmissor de recompensa do cérebro que oferece a sensação de prazer. 

Assim, quando o cérebro reconhece um padrão, como uma conexão entre ação e satisfação, ele arquiva essa informação perfeitamente em uma área chamada gânglio basal. É nessa mesma região que desenvolvemos emoções e memórias, mas não é onde as decisões conscientes são tomadas.

Isso pode explicar por que, para muitas pessoas, os hábitos são tão difíceis de serem quebrados. Eles vêm de uma região cerebral que está fora do nosso controle consciente

Vale lembrar que só porque algo traz sensações de bem-estar no momento, não significa que seja boma longo prazo para a saúde, a longevidade, os relacionamentos sociais ou a saúde mental. Da mesma forma, só porque algo é desconfortável, não significa que seja perigoso.