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Álcool e transtorno alimentar: muito cuidado com essa mistura

Quanto maior o consumo de álcool, maiores os riscos para a saúde - Arte/Site Doutor Jairo
Quanto maior o consumo de álcool, maiores os riscos para a saúde - Arte/Site Doutor Jairo

Redação Publicado em 12/07/2022, às 10h00

No episódio do podcast Dose de Responsabilidade de hoje, falamos sobre como o consumo de bebida alcoólica pode afetar a dieta de mulheres com transtornos alimentares, principalmente bulimia e compulsão alimentar.

Não existe uma definição do que é uma quantidade segura de consumo de álcool. O que a gente sabe é que quanto maior o consumo, maiores os riscos para a saúde. E isso também vale para os riscos relacionados aos transtornos alimentares.

Álcool e alimentação

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto mostrou para gente que quanto maior a quantidade de álcool, pior a qualidade da dieta de mulheres que enfrentam transtorno alimentar.

A compulsão alimentar é marcada por episódios de descontrole em que a pessoa come uma grande quantidade de alimentos em um curto intervalo de tempo. Na bulimia, esses episódios de comer compulsivo também ocorrem, mas são seguidos por comportamentos como indução de vômitos, uso de laxantes e diuréticos, jejum e atividade física intensa, numa tentativa de eliminar as calorias consumidas excessivamente.

Em relação ao álcool, é interessante observar que existe um padrão de consumo que se assemelha ao descontrole alimentar – o chamado “binge drinking”, ou beber pesado episódico, em que a pessoa ingere grande quantidade de álcool em um curto intervalo de tempo.

Quanto mais bebida, pior a dieta

O que os pesquisadores descobriram? Quanto maior a quantidade de bebida alcoólica consumida pelas mulheres do estudo, maior o impacto na dieta, com redução importante no consumo de frutas e vegetais, que são muito importantes para a nossa saúde.

Muitas mulheres que fazem tratamento para compulsão alimentar e bulimia utilizam medicamentos que têm ação no sistema nervoso central, e há riscos quando se mistura essas drogas com o uso excessivo de álcool.

O uso problemático de álcool costuma ser mais comum entre os homens, mas essa proporção vem aumentando de forma importante entre as mulheres.

Em resumo, quem apresenta algum tipo de transtorno alimentar deve ter cuidado em relação ao consumo de álcool. A abordagem deve ser integrada, o que, em geral, é feito com ajuda de psicólogo, psiquiatra, nutricionista e outros profissionais de saúde.

Vale lembrar que as calorias do álcool são vazias, ou seja, não trazem nutrientes, então além de atrapalhar o balanço calórico de quem está em tratamento para um transtorno alimentar, o uso da bebida pode piorar a qualidade da alimentação dessas pessoas.

Para saber mais sobre o assunto, entre no DrinkIQ. 

Ouça o episódio completo: