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Violência doméstica não é só agressão física; confira outros tipos

Xingamentos, controle financeiro e manipulação psicológica também são sinais de agressão - iStock
Xingamentos, controle financeiro e manipulação psicológica também são sinais de agressão - iStock

Redação Publicado em 05/05/2021, às 17h04

Diferente do que muitos pensam, a violência doméstica não é caracterizada apenas por agressões físicas. Xingamentos, humilhações, pressões psicológicas e muito mais também entram nesse escopo, que pode resultar em consequências ainda mais sérias. Na pandemia, por exemplo, os dados mostram que houve um aumento de 22% nos índices de feminicídio no país.

Para evitar que isso ocorra, uma boa saída é apontar os tipos de comportamento abusivos e incentivar as meninas e mulheres a falarem mais sobre isso, para que elas possam aprender a reconhecer a situação.

Para ajudar nessa missão, o  Instituto Camila e Luiz  Taliberti lançaram a "Taliberta - Cartilha de combate à violência doméstica", que reúne informações para identificar e combater a violência doméstica. O casal Taliberti foi vítima do rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Como Camila era advogada e ativista do tema, amigos e familiares decidiram lançar a iniciativa como forma de manter seu legado.

A cartilha ensina o que são atitudes abusivas, o que fazer quando se deparar com isso, como denunciar e muito mais.

Confira alguns sinais de abuso:

  • Agressão física;
  • Agressão verbal, como gritos, ameaças e ofensas
  • Impedir que a pessoa veja amigos ou familiares ou que fique a sós com eles
  • Ouvir que os amigos não gostam de você de verdade ou que a família age por interesse, sendo estimulada a se afastar de todos
  • Ser chamada de burra, feia, incompetente, o que leva à perda da sua autoestima aos poucos
  • Ter relações sexuais exigidas ou forçadas pelo parceiro
  • Ter seu dinheiro controlado ou pouco acesso ao dinheiro familiar
  • Ser chamada de louca depois de uma briga, como se tudo tivesse sido imaginação
  • Viver um período romântico e sem brigas após um período de agressões
  • Sofrer ameaças (pessoais ou para família e amigos)
  • Ser acusada de culpada pelas próprias violências que sofreu (ouvindo frases como “você me deixou nervoso,” “você provocou”, “você fez X coisa”)
  • Quando fala em terminar o relacionamento ou contar sobre a violência a alguém, por exemplo, ter que lidar com ameaças de suicídio (ou tentativas)
  • Ter suas coisas quebradas
  • Vivenciar situações de perigo (como companheiro dirigindo de maneira perigosa ou ter uma briga em que o companheiro estava armado, por exemplo)

O que fazer nessas situações?

Se você está passando por uma situação assim ou conhece alguém que esteja, fale sobre o assunto. Como conta a advogada Gabriella Nicaretta, que foi vítima de violência, é preciso estar preparada para fazer uma denúncia. Por isso é muito importante contar com as redes de apoio. 

Para fazer a denúncia, existem diversos meios, como a Delegacia da Mulher, e até aplicativos, como o “PenhaS”, que busca promover a conscientização coletiva das mulheres e da comunidade LGBTQIA+. A ferramenta fornece rede de apoio, área de acolhimento (onde as vítimas conversam entre si até para se identificar como vítima de abuso) e está disponível para download na Apple Store ou Google Play. O app ainda ainda possui um botão de pânico para situações de emergência e possibilidade de diálogo sigiloso sobre a situação.

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