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Varíola de macacos: saiba quais os sintomas iniciais da doença

OMS acredita que uma vacinação em massa não será necessária para conter surto atual - Wikimedia Commons
OMS acredita que uma vacinação em massa não será necessária para conter surto atual - Wikimedia Commons

Redação Publicado em 24/05/2022, às 10h00

Mais de 100 casos suspeitos e confirmados de varíola dos macacos foram registrados recentemente em 16 países, a maior parte na Europa, o que tem preocupado autoridades de saúde. Provocada pelo monkeypox vírus, essa doença é transmitida por animais a humanos, mas também entre humanos, e se parece com a varíola humana, apesar de ter sintomas mais brandos. 

Até o momento, não há casos registrados no Brasil, embora haja informações de um brasileiro que teria se infectado na Europa. Mas uma câmara técnica temporária foi criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os desdobramentos do atual surto, além de uma "sala de situação" para monitorar eventuais casos no país. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos casos – mas não todos – envolvem homens que fazem sexo com outros homens. Porém, é importante esclarecer que a transmissão ocorre não pelo sexo em si, e sim pelo contato próximo com secreções respiratórias, lesões na pele ou objetos contaminados. Por isso, autoridades de saúde como o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), nos EUA, e a própria OMS têm alertado que qualquer pessoa pode ter a infecção, independente do gênero ou orientação sexual. 

Primeiros sintomas

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são:

  • febre
  • fadiga
  • dor de cabeça
  • dores musculares
  • inchaço dos gânglios linfáticos

Cerca de 1 a 3 dias após o surgimento da febre, a pessoa apresenta uma lesão na pele, em geral no rosto (em 95% dos casos), e depois em outras partes do corpo. Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos) e a genitália (30%).

As erupções progridem e se transformam em vesículas (cheias de líquido claro) ou pústulas (cheias de líquido amarelado), antes de virarem crostas que secam e caem. É possível haver uma ou até centenas de lesões.

Não existe um tratamento específico, apenas controle dos sintomas, que costumam ser autolimitados. Em pacientes imunossuprimidos, porém, o quadro pode se tornar muito grave.

Vacina contra varíola

A vacinação prévia contra a varíola de humanos pode resultar em sintomas mais leves. Mas as vacinas originais já não estão mais disponíveis para o público em geral, já que a varíola em humanos foi erradicada.

Há uma vacina mais recente aprovada para a prevenção da varíola humana e da varíola dos macacos, mas também não está amplamente disponível. Em seus comunicado mais recente, a OMS disse não acreditar que uma vacinação em massa venha a ser necessária.

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença com sinais clínicos semelhantes aos da varíola humana ocorreram em macacos de laboratório que eram mantidos para pesquisa. A doença é considerada endêmica em alguns países do continente africano.

Outros surtos

Em 2003, o primeiro surto de varíola dos macacos fora do continente africano ocorreu nos Estados Unidos e sua origem foi atribuída à importação de roedores (ratos) da África, infectados com o monkeypox vírus.

Em 2018, houve o relato, no Reino Unido, de 2 casos de infecção por monkeypox vírus em turistas que haviam retornado da África. E, em 2021, foi notificado um caso nos Estados Unidos, também associado a um turista.

O surto atual é preocupante porque há casos em diferentes países da Europa e EUA, além de casos suspeitos na Argentina e na Austrália. Além da transmissão ocorrer pelo contato próximo, o vírus pode ser veiculado de forma eficaz por animais, incluindo roedores.