
Redação Publicado em 23/10/2025, às 10h00
Um estudo publicado este mês nos EUA mostra que um em cada cinco adultos jovens admite ter usado maconha, álcool ou ambos para conseguir dormir no último ano.
O trabalho foi liderado por uma equipe da Universidade de Michigan e publicado no periódico Jama Pediatrics. Ao todo, a análise envolveu 1.473 jovens adultos de 19 a 30 anos de idade.
Veja as principais conclusões do estudo:
Ou seja, a maconha superou o álcool como “ajuda para dormir” entre jovens adultos (lembrando que a maconha é legalizada em vários estados norte-americanos).
Também existem diferenças marcantes em relação a certos grupos:
Esses padrões sugerem que fatores culturais, psicológicos e ambientais podem ter um papel importante na questão do sono.
Embora os resultados não cheguem a surpreender (você deve conhecer alguém que diz tomar uma taça de vinho ou latinha de cerveja para relaxar antes de dormir), eles chamam atenção para um problema grave.
Em primeiro lugar, embora essas substâncias possam ajudar algumas pessoas a pegar no sono mais rápido, elas prejudicam a manutenção e a qualidade do sono e, a longo prazo, isso pode ter consequências para a saúde física e mental.
Como ressaltam os pesquisadores de Michigan, acreditar que álcool e maconha sejam úteis para “desligar a mente” depois de um dia difícil é uma ilusão, já que isso só funciona a curtíssimo prazo.
Com o tempo, o uso dessas substâncias pode gerar o oposto do esperado, acentuando sintomas como cansaço, ansiedade, insônia e dificuldade de concentração. Sem falar no risco de dependência.
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Segundo o estudo, um dos motivos é a falta de acesso a tratamentos adequados para insônia e distúrbios do sono.
A terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I), considerada o tratamento não medicamentoso mais eficaz, ainda não está amplamente disponível ou coberta por planos de saúde.
Isso faz com que muitos jovens busquem se automedicar com substâncias, tentando lidar sozinhos com estresse, ansiedade e má higiene do sono.
Mas o estudo reforça um ponto importante: usar substâncias não resolve o problema do sono — apenas o disfarça. Sem tratar as causas reais (como estresse, ansiedade, depressão, rotina irregular ou uso excessivo de telas), a pessoa pode entrar em um ciclo de dependência difícil de romper.
Especialistas recomendam começar com mudanças de comportamento e estilo de vida. Veja algumas estratégias práticas e comprovadas:
Se mesmo assim os problemas persistirem, procure um profissional de saúde. Distúrbios como apneia do sono, síndrome das pernas inquietas ou alterações no ciclo circadiano podem exigir tratamento específico.
Fontes: Jama Pediatrics e EduTalkToday