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Síndrome Pós-Covid-19 pode estar relacionada à ansiedade e à depressão

Fadiga, falta de ar, perda de paladar e olfato são mais presentes na Síndrome Pós-Covid-19 - iStock
Fadiga, falta de ar, perda de paladar e olfato são mais presentes na Síndrome Pós-Covid-19 - iStock

Redação Publicado em 22/07/2022, às 14h30

Os sintomas mais comuns da Síndrome pós Covid-19 – também conhecida como Covid longa – incluem fadiga, falta de ar e disfunção cognitiva, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Eles devem estar presentes por pelo menos dois meses durante os três meses após o início da doença.

Um estudo recente publicado no periódico Brain and Behavior, por exemplo, mostrou que a doença teve um impacto generalizado nas habilidades de atenção, nas funções executivas, no aprendizado e na memória de longo prazo.

Nesse contexto, uma nova pesquisa da Universitat Oberta de Catalunya (Espanha) investigou uma possível ligação entre fadiga, ansiedade e depressão com a Covid longa. A análise, veiculada no Journal of Neurology, mostrou que a fadiga em pacientes de Covid longa está relacionada à ansiedade, à depressão e à apatia.

Segundo os pesquisadores, a fadiga persistente é incapacitante e limita a qualidade de vida. De acordo com os resultados, 82,3% apresentaram níveis clinicamente significativos de fadiga,  23,5% apresentaram níveis clinicamente significativos de sintomas depressivos, enquanto 35,3% apresentaram níveis significativos de ansiedade.

No entanto, algo que esta pesquisa não esclareceu é a direção do efeito: não está claro se a fadiga leva à depressão ou vice-versa.

O que é a fadiga?

A fadiga é caracterizada por cansaço excessivo e fraqueza física e/ou cognitiva e muscular. Tem sido associada a condições médicas, como infecção pós-viral e doenças neurológicas. No entanto, embora possa ser explicada por esses termos, não há definição universalmente aceita desta condição clínica e o conhecimento do seu mecanismo patogênico é limitado, razão pela qual representa um desafio clínico para especialistas.

No estudo, os pesquisadores estudaram uma amostra de 136 pacientes com Covid-19 que sofriam de déficits cognitivos oito meses após contraírem o vírus. Após a análise, descobriram que a fadiga está ligada à atenção sustentada, usada para tarefas de longo período de tempo e em que ficamos focados, e às funções executivas, que nos permitem armazenar temporariamente informações para realizar tarefas, como calcular ou reproduzir uma frase que ouvimos.

Confira:

Prevalência da Covid longa?

Um estudo europeu avaliou retrospectivamente um grupo de pacientes com diagnóstico para Covid-19 e constatou que em 87% dos indivíduos ocorre a persistência de pelo menos um sintoma da fase aguda por, pelo menos, três meses após o início da infecção.

Isso acontece de um a dois terços dos casos e é mais prevalente em pacientes que precisaram de hospitalização por desenvolverem as formas graves da doença. Ou seja, nem todos aqueles que se infectaram pelo Sars-Cov-2 desenvolvem a síndrome. 

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