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Quem confia nos próprios instintos tende a trapacear menos, diz estudo

Imagem Quem confia nos próprios instintos tende a trapacear menos, diz estudo

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55

Pessoas que confiam na própria intuição tendem a cometer menos atos considerados imorais do que indivíduos que costumam negligenciar seus instintos. É o que afirmam psicólogos da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos.

Muita gente leva em conta certas sensações mais viscerais na hora de tomar decisões, enquanto outras acham que isso não deve ser levado em conta. A pesquisadora Sarah Ward e sua equipe quiseram aferir que tipo de impacto isso poderia ter nas atitudes das pessoas. Para isso, elas submeteram um grupo de 100 pessoas – a maioria mulheres – a experimentos e questionários sobre o uso da intuição.

No primeiro teste, metade do grupo tinha que imaginar que havia trapaceado no trabalho – cometido um erro e culpado um colega. A outra parte era estimulada a imaginar que tinha assumido a responsabilidade pelo erro. Depois, todo mundo foi convidado a comprar produtos de limpeza de uma lista.

Quem havia pensado na trapaça apresentou uma tendência maior a comprar mais produtos de limpeza, provavelmente porque se sentiu mais sujo. E isso foi mais comum entre aqueles que diziam acreditar na própria intuição.

No segundo experimento, os participantes foram convidados a escrever sobre alguma ocasião em que consideravam ter agido de forma errada. Em seguida, tinham que fazer um teste de inteligência. Cada um recebeu um papel com o gabarito virado para baixo e foi orientado a ver quantas questões haviam acertado só após terminarem. Quem acertasse mais ganharia uma recompensa. Mais de 23% dos participantes trapacearam, e a maioria deles se descrevia como sendo do tipo que não se baseia nos próprios instintos ao tomar uma decisão.

Para os pesquisadores, as pessoas que confiam no seu “sexto sentido” tendem a querer compensar ações imorais passadas, tentando agir de forma correta no presente. É possível que essa percepção maior sobre os próprios sentimentos seja algo positivo, que leva as pessoas a terem mais consciência sobre o que é certo ou errado.

Os autores acreditam que estimular as pessoas a confiarem mais nos próprios instintos pode ser uma maneira de evitar comportamentos antiéticos no ambiente de trabalho, por exemplo. Os dados foram publicados na revista Personality and Individual Differences.