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Pessoas gostam de ser surpreendidas mais do que pensamos, diz pesquisa

Quanto mais surpreendente era a forma de comunicação, mais apreciada ela era pelo outro - iStock
Quanto mais surpreendente era a forma de comunicação, mais apreciada ela era pelo outro - iStock

Redação Publicado em 11/07/2022, às 14h30

As pessoas subestimam de forma consistente o quanto outras em seu círculo social podem apreciar uma surpresa, como um telefonema ou uma mensagem inesperada. Além disso, quanto mais surpreendente é a ação, maior esse indivíduo se sentirá valorizado. Essas são descobertas de uma nova pesquisa da American Psychological Association.

Os pesquisadores explicam que os seres humanos são fundamentalmente sociais e gostam de se conectar uns com os outros. Inclusive, há muitos estudos que mostram que manter conexões sociais é bom para a saúde mental e física.

Porém, apesar de tamanha importância, os achados sugerem que subestimamos significativamente o quanto o próximo apreciará ser surpreendido. A pesquisa foi publicada no Journal of Personality and Social Psychology.

As pessoas gostam de ser surpreendidas

A equipe envolvida no estudo realizou experimentos envolvendo mais de 5.900 participantes para explorar se as pessoas são precisas ao estimarem o quanto outras podem gostar de uma tentativa de conexão, bem como quais fatores podem influenciar esse nível de apreciação.

Em um dos testes, por exemplo, metade dos participantes precisou recordar da última vez que entrou em contato com alguém em seu círculo social “apenas para se atualizar” via telefone, e-mail ou mensagem de texto, após um longo período sem qualquer interação.

O resto dos participantes foi convidado a indicar em uma escala de um a sete, sendo um = nada e sete = muito, o quanto eles ou a pessoa com quem entraram em contato apreciaram a atitude ou sentiram-se gratos. 

Confira:

De acordo com os dados, os indivíduos que ligaram ou mandaram e-mail/mensagem de texto de surpresa pensaram que o gesto foi significativamente menos apreciado do que os que receberam o contato.

Outro experimento

Em outros experimentos, os participantes enviaram um pequeno recado ou presente para alguém do seu círculo social com quem não interagiam há algum tempo. Com resultados semelhantes ao anterior, as pessoas que iniciaram o contato avaliaram em uma escala de sete pontos quanto elas achavam que o outro se sentiria feliz e satisfeito com a surpresa. 

Após os envios, os pesquisadores também pediram aos destinatários que avaliassem sua apreciação pela atitude. Dessa forma, em todos os experimentos, os achados foram parecidos: aqueles que iniciaram a comunicação subestimaram significativamente até que ponto o outro gostou de ser surpreendido.

A equipe descobriu também que as pessoas que receberam o contato colocavam maior foco no elemento surpresa do que aquelas que tomaram a iniciativa da interação, e essa atenção maior à surpresa foi associada a uma maior sensação de valorização.

Além disso, as descobertas mostraram que as pessoas subestimavam a apreciação dos outros em maior medida quando a comunicação era mais surpreendente em comparação a um padrão de comunicação regular.

Para os pesquisadores, perder o contato com pessoas ao longo da vida é algo frequente e iniciar uma interação após um período prolongado de desconexão pode parecer assustador porque as pessoas se preocupam com a forma como esse gesto será recebido. Entretanto, a pesquisa sugere que essas hesitações podem ser desnecessárias, pois os outros provavelmente apreciarão ser surpreendidos mais do que imaginamos.

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