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Pesquisadores definem prazo que caracteriza ejaculação precoce

Imagem Pesquisadores definem prazo que caracteriza ejaculação precoce

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h15 - Atualizado às 23h57

A ejaculação precoce sempre gerou equívocos e pontos de interrogação na comunidade médica e na população em geral. Estima-se que até 30% dos homens apresentem a queixa, mas até hoje não estava muito claro o que era, realmente, ejacular antes da hora. Dois trabalhos científicos publicados no final do mês passado no Journal of Sexual Medicine tentam colocar pingos nos “i”s para auxiliar o diagnóstico e o tratamento do problema.

Segundo eles, a disfunção sexual pode ser caracterizada como : 1) a ejaculação que sempre ou quase sempre ocorre em até um minuto de penetração vaginal desde a primeira experiência sexual (ou seja, nos casos em que a síndrome é crônica); 2) uma redução significativa no tempo de latência para no máximo três minutos (síndrome adquirida); 3) a incapacidade de retardar a ejaculação em todas ou quase todas as penetrações vaginais; e 4) a percepção de consequências negativas como angústia, preocupação, frustração e/ou tendência a evitar a intimidade sexual.

Embora tenha sido reconhecida como síndrome há mais de 100 anos, a definição clínica de ejaculação precoce sempre tinha sido vaga. Isso dificultava não só o diagnóstico, mas também a realização de pesquisas com medicamentos.

A nova definição foi proposta após uma detalhada revisão da literatura médica pelo pesquisador Ege Can Serefoglu, da Turquia, e sua equipe do comitê da Sociedade Internacional para Medicina Sexual. O resultado provavelmente vai tranquilizar muitos homens que se preocupam excessivamente com o desempenho na cama, e talvez incentive outros a buscar ajuda.

O tratamento para ejaculação precoce inclui terapia, já que a maior parte dos casos tem causa psicológica. Às vezes, são indicados medicamentos – como certos antidepressivos que têm como efeito colateral a capacidade de retardar o orgasmo. Existe, ainda, uma droga específica para o problema, a dapoxetina, que é aprovada em vários países, mas ainda está em análise pela Food and Drug Administration (FDA), a autoridade regulatória norte-americana, e não é comercializada no Brasil.