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Mitomania: saiba o que caracteriza um mentiroso compulsivo

Segundo um estudo de 2010, nós costumamos contar "mentiras inocentes" todos os dias - iStock
Segundo um estudo de 2010, nós costumamos contar "mentiras inocentes" todos os dias - iStock

Redação Publicado em 27/10/2021, às 16h00

A mitomania, também conhecida como mentira patológica, é caracterizada pelo comportamento crônico de mentir de forma compulsiva ou habitual. Ou seja, ao contrário de contar uma mentira ocasionalmente para evitar ferir os sentimentos de alguém ou se meter em problemas, um mitomaníaco parece mentir sem motivo aparente. 

Embora acredite-se que existam muitas razões para a mentira patológica, ainda não é totalmente compreendido por que alguém é capaz de mentir assim. Alguns casos podem ser resultados de uma condição mental, como transtorno de personalidade antissocial, enquanto outros parecem não ter nenhuma explicação médica que justifique tal comportamento. 

O que caracteriza um mentiroso patológico?

Muitas vezes é difícil identificar por que esse comportamento de mentir de forma compulsiva surge. Porém, existem traços e características dos mitomaníacos que são cientificamente reconhecidos. Veja só: 

  • As histórias são geralmente dramáticas, complicadas e detalhadas

Mentirosos patológicos são grandes contadores de histórias. Suas mentiras tendem a ser muito detalhadas e coloridas. Mesmo que, obviamente, exagerado, o mitomaníaco pode ser muito convincente.

  • Geralmente se retratam como herói ou vítima

Além de serem feitos heróis ou vítimas em suas histórias, mentirosos patológicos tendem a contar mentiras que parecem ser voltadas para ganhar admiração, simpatia ou aceitação de outras pessoas.

  • Às vezes parecem acreditar nas próprias mentiras

Um mentiroso patológico conta mentiras e histórias que podem cair em algum lugar entre mentira consciente e ilusão. Ou seja, às vezes, a pessoa acredita em suas próprias mentiras.

É difícil saber lidar com um mitomaníaco que nem sempre está consciente de suas mentiras. Alguns fazem isso com tanta frequência que os especialistas acreditam que podem não saber a diferença entre fato e ficção depois de algum tempo.

Confira:

Mentiras patológicas vs. mentiras "inocentes"

A maioria das pessoas mente uma vez ou outra. Inclusive, uma pesquisa de 2010 revelou que contamos, em média, 1.65 mentiras todos os dias. A maioria dessas mentiras são as chamadas "mentiras inocentes". 

Mas, afinal, qual a diferença entre mentiras inocentes e patológicas?

Mentiras inocentes

As mentiras inocentes são ocasionais e consideradas: pequenas, inofensivas, sem intenção maliciosa, feitas para poupar os sentimentos de outro ou evitar algum tipo de problema. Alguns exemplos de incluem:

  • Dizer que você está com dor de cabeça para sair de uma reunião;
  • Dizer que você pagou a conta de telefone quando, na verdade, esqueceu;
  • Mentir sobre por que se atrasou para o trabalho;

Mentiras patológicas

As mentiras patológicas são feitas com frequência e compulsivamente para fazer a pessoa parecer heróica ou vítima sem nenhuma razão aparente. Quem conta tende a não sentir culpa ou medo. Exemplos de mentiras patológicas:

  • Cria uma história falsa, como dizer que alcançou ou experimentou algo que não aconteceu;
  • Alega ter uma doença de risco de vida que, na verdade, não existe; 
  • Diz mentiras para impressionar, como ser parente de uma pessoa famosa. 

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