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Influenciadores podem deixar seu filho obeso, sugere estudo

Imagem Influenciadores podem deixar seu filho obeso, sugere estudo

Da Redação Publicado em 26/10/2020, às 12h19

Uma pesquisa publicada na revista médica Pediatrics chama atenção para a propaganda de alimentos ou bebidas pouco saudáveis que aparecem no conteúdo de posts do YouTube populares entre as crianças. Os resultados mostram como os anunciantes têm tirado proveito de influencers para vender seus produtos para o público infantil.

Pesquisadores da Universidade de Nova York e do Centro Médico Langone analisaram os vídeos postados pelos influenciadores infantis mais assistidos em 2019.

Crédito: Pixabay

Mais de 1 bilhão de views

A equipe observou se as crianças usavam brinquedos com marcas de produtos alimentícios ou lanchonetes, por exemplo, ou se comiam e bebiam itens pouco saudáveis no meio dos vídeos, como hambúrgueres, iogurtes ou bebidas açucaradas.

Dos 418 vídeos que se enquadraram nos critérios da pesquisa, 179 incluíam alimentos e bebidas, sendo que, em 90% dos casos, o produto era proveniente de alguma rede de fast food. Esses vídeos específicos tinham mais de 1 bilhão de visualizações.

Os autores do estudo afirmam que é preciso aumentar o controle sobre a publicidade de alimentos nas mídias sociais voltadas para o público infantil, que não é tão bem regulada como a TV. Essa mensagem tem sido reiterada pela Academia Americana de Pediatria há algum tempo.

Hábitos da infância permanecem

Hábitos alimentares desenvolvidos na infância costumam permanecer para sempre, e essas crianças têm risco de se tornarem adolescentes e adultos obesos. Vale lembrar que a obesidade tem aumentado muito entre os brasileiros. Entre os adultos, a taxa mais que dobrou de 2003 para 2019, passando de 12,2% para 26,8%, segundo pesquisa divulgada na semana passada.

Quase 20% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, ou cerca de 1,8 milhão de jovens brasileiros também estão acima do peso, e 6,7% dos adolescentes sofrem de obesidade, segundo a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde.

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