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Hábitos saudáveis desde a infância prolongam a vida, diz estudo

É fundamental acompanhar fatores de risco, como IMC, colesterol e pressão alta - iStock
É fundamental acompanhar fatores de risco, como IMC, colesterol e pressão alta - iStock

Redação Publicado em 27/05/2022, às 14h00

Um novo estudo mostrou que os hábitos e o estilo de vida durante a infância e adolescência são capazes de afetar a saúde na vida adulta. E não apenas a saúde, mas o quanto de tempo vivemos também

O International Childhood Cardiovascular Coorts Consortium Outcomes Studyvem coletando dados de quase 40.000 pessoas de países como Estados Unidos, Finlândia e Austrália. Os registros dos participantes começaram a ser feitos na década de 1970 (quando eles ainda eram crianças) até os anos 1990, permanecendo desde então. 

Os pesquisadores têm observado os efeitos de cinco fatores de risco:

  • Índice de massa corporal (IMC): um cálculo que mostra se uma pessoa está dentro de uma faixa de peso saudável;
  • Pressão arterial sistólica: medida de quanta pressão é exercida sobre as artérias quando o coração bate;
  • Valor total do colesterol: embora o colesterol seja importante para fazer coisas como construir células e hormônios, ter muito dele pode levar a doenças cardíacas e derrame;
  • Triglicerídeo: medida de quanto dessa substância gordurosa está no sangue. Como acontece com o colesterol, muito disso aumenta o risco de doenças cardiovasculares;
  • Tabagismo na juventude.

Sobre o estudo

De 2015 a 2019 os pesquisadores acompanharam todas essas pessoas, que tinham em média 46 anos. Eles descobriram que quase 800 delas tinham tido eventos cardiovasculares (como um ataque cardíaco ou derrame), dos quais mais de 300 foram fatais.

Quando os pesquisadores combinaram os resultados com os valores dos cinco fatores de risco descobriram que:

  1. As pessoas que tinham valores acima do normal para todos os fatores de risco tinham quase o triplo de chances de sofrerem com doenças cardiovasculares;
  2. O tabagismo foi o maior fator de risco, seguido por IMC, pressão arterial sistólica, triglicérides e colesterol.
  3. O indivíduo não precisava ter todos os cinco fatores para estar em risco. Por exemplo, pessoas que eram obesas quando crianças tinham três vezes mais chances de terem doenças cardiovasculares — e aquelas cuja pressão arterial era alta ou próxima de alta tinham o dobro do risco.

Os pesquisadores explicam que nada disso é uma surpresa, mas ver as evidências tão claramente deve servir de alerta, especialmente para os pais.

Confira:

O que os pais podem fazer?

Para orientarem os filhos a levarem uma infância e uma adolescência que possa proporcionar uma idade adulta saudável, os pais devem:

1. Saber se o filho está em risco 

É essencial prestar atenção aos números e aos resultados de exames de sangue:

  • O IMC : em adultos um IMC entre 19 a 25 é considerado saudável. No caso das crianças e adolescentes, é um pouco mais complicado. É preciso olhar para o percentil do IMC com base na idade e no sexo; 
  • Pressão arterial: mais uma vez, isso depende de idade, sexo e altura;
  • Níveis de colesterol e triglicerídeos: isso geralmente é feito na adolescência, mas pode ser realizado mais cedo se uma criança está acima do peso ou se há um histórico familiar de níveis elevados;
  • Pergunte ao seu filho sobre o tabagismo (e outro uso de substâncias). Não assuma que você sabe.

2. Incentive hábitos saudáveis 

É importante, independente dos números, que a criança tenha uma dieta saudável, rica em frutas, legumes, grãos integrais, gorduras saudáveis e proteína magra. Limitar o açúcar adicionado (especialmente em bebidas), alimentos processados e gorduras não saudáveis também é fundamental. O mesmo vale para as atividades físicas. 

3. Fale com seus filhos sobre tabagismo 

Comece a falar sobre esse assunto cedo, bem antes da adolescência, quando a pressão dos outros jovens se torna poderosa. Certifique-se de que a criança saiba os fatos e ajude-a a aprender e a praticar maneiras de dizer não

4. Consulte seu médico regularmente

As crianças devem visitar o médico, pelo menos, uma vez ao ano e, se tiverem um dos cinco fatores de risco, o ideal é realizar visitas mais frequentes. 

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