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Garotos e garotas reagem de maneira diferente à ingestão de cafeína

Imagem Garotos e garotas reagem de maneira diferente à ingestão de cafeína

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h15 - Atualizado às 23h57

Um estudo revela que meninos e meninas após a puberdade têm reações diferentes ao consumo de cafeína. O trabalho também indica que a substância produz sintomas distintos nas garotas dependendo da fase do ciclo menstrual em que elas estão.

A ingestão de cafeína por crianças e adolescentes tem aumentado, em grande parte devido à popularidade de refrigerantes e energéticos. Por isso é importante que se pesquise o impacto da substância entre os mais jovens, como neste estudo feito pela professora Jennifer Temple, do departamento de exercício e ciências da nutrição da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos.

Estudos anteriores haviam mostrado que a cafeína aumenta a pressão arterial e diminui a frequência cardíaca de pré-adolescentes. O trabalho atual contou com mais de 150 meninos e meninas, divididos em dois grupos: um com participantes na faixa de 8 a 9 anos e o outro, de 15 a 17 anos. Parte deles consumiu placebo e a outra parte, o equivalente em cafeína a uma ou duas latas de refrigerante.

Temple descobriu que, antes da puberdade, meninos e meninas reagem da mesma forma ao consumo de cafeína.  Já para os jovens de 15 a 17 anos, os resultados foram diferentes, devido a questões hormonais. Segundo a pesquisadora, os garotos passam a ter uma resposta maior à cafeína que as garotas nessa faixa etária.

Ela também observou que, para as mulheres, a diminuição da frequência cardíaca com a cafeína é maior na fase lútea, ou seja, após a ovulação. E o aumento na pressão arterial relativo ao consumo é mais intenso no meio da fase folicular, ou seja, cerca de sete dias após a menstruação.

O estudo, que foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA, e publicado na revista científica Pediatrics, mostra que mesmo doses modestas de cafeína têm efeitos significativos para os jovens, o que pode ser potencializado pelos hormônios em ebulição na adolescência. Por isso, é bom lembrar que refrigerantes – e principalmente energéticos – não podem ser consumidos à vontade.