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Fundo vai investir mais de R$ 1 milhão em projetos de prevenção ao HIV

Novo fundo vai destinar verbas a mais de 20 projetos de prevenção ao HIV no país - iStock
Novo fundo vai destinar verbas a mais de 20 projetos de prevenção ao HIV no país - iStock

Redação Publicado em 16/02/2022, às 12h35

O Brasil vai contar com um novo fundo de investimento que vai destinar mais de R$ 1 milhão a 20 iniciativas de prevenção ao HIV no país. A notícia chega em um momento oportuno – com a descoberta de uma nova cepa do vírus, mais transmissível, em circulação na Europa, incentivar projetos desse tipo torna-se ainda mais importante. 

Chamado de Fundo Brasil, a iniciativa é do Fundo Positivo, uma instituição criada em 2014 para auxiliar financeiramente – por meio de editais – organizações sem fins lucrativos em todo o território nacional nas áreas de saúde e do HIV. A instituição já auxiliou mais de 131 projetos em todas as regiões do Brasil.

O novo fundo será lançado no dia 23 de fevereiro, pelo site da instituição, e vai contemplar todo o território nacional, a fim de garantir o desenvolvimento de ações educativas comunitárias que disseminem as estratégias de prevenção ao HIV/Aids entre as populações-chave e prioritárias da epidemia em contexto de extrema pobreza.

A iniciativa surge, também, pela necessidade de o Brasil, diante de tantos retrocessos na área da saúde e de direitos humanos, intensificar o diálogo com a sociedade sobre esse vírus tão letal. Para o coordenador geral do Fundo Positivo Harley Henriques, o Brasil precisa voltar a falar sobre o HIV. O edital deverá ser lançado no início de março. 

"Neste momento, em especial quando temos uma epidemia de HIV que ainda é expressiva no país, com 40 mil mortes anuais, com retrocessos que aconteceram, e uma nova cepa, se criar um fundo para financiar exclusivamente projetos de prevenção ao HIV é muito importante para o país. Precisamos voltar a falar de HIV diante de todo esse contexto", afirma Henriques.

Confira:

Nova cepa do HIV

A notícia de uma nova variante do HIV, mais virulenta, foi divulgada por pesquisadores da Universidade de Oxford na revista Science. A cepa foi identificada em mais de 100 pessoas, principalmente na Holanda, onde circularia há anos. 

De acordo com os dados, pessoas que vivem com a variante experimentam o dobro da taxa de declínio do sistema imunológico, têm cargas virais de HIV mais altas e são vulneráveis a desenvolver Aids duas a três vezes mais rápido após o diagnóstico do que com outras cepas do vírus. 

No entanto, a pesquisa também revela que a variante responde aos tratamentos existentes. Diante da notícia, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, comentou que é urgente ampliar o acesso a testes de diagnóstico e ao tratamento.

Ainda a pandemia mais mortal

Segundo a organização, cerca de 10 milhões de pessoas não estão em terapia antirretroviral, dentre as 38 milhões que hoje vivem com HIV no mundo. Vale sempre lembrar que com tratamento adequado e carga viral indetectável, a pessoa deixa de transmitir o vírus. 

Ainda de acordo com o Unaids, o HIV continua sendo a pandemia mais mortal do nosso tempo. Cerca de 36 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids desde o início da pandemia, e 1,5 milhão de pessoas foram infectadas com HIV em 2020. 

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