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Fisicamente ativos sofreram menos ansiedade e depressão na quarentena, segundo estudo

Imagem Fisicamente ativos sofreram menos ansiedade e depressão na quarentena, segundo estudo

Da Redação Publicado em 29/10/2020, às 13h48 - Atualizado às 17h22

Quem praticava atividade física com regularidade antes da pandemia de Covid-19 pode ter apresentado menos sintomas ansiosos e depressivos que o restante das pessoas durante a quarentena. Pelo menos é o que conclui uma pesquisa conduzida na Noruega durante os meses de março e junho deste ano.

No auge da pandemia, pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) realizaram um estudo para verificar o impacto das medidas de isolamento social na atividade física e na saúde mental de um grupo de pessoas fisicamente ativas.

O objetivo era mapear a saúde mental dos participantes, além de checar se as mudanças na rotina de malhação teriam afetado o sono deles.

Crédito: Pixabay

Menos ansiedade e depressão

Participaram do estudo 1.281 membros de um centro de condicionamento físico da Noruega, de 19 a 81 anos de idade. A prevalência de sintomas depressivos ou ansiosos na amostra foi de 9% e 4,4%, respectivamente.

A equipe percebeu que a incidência de ansiedade e depressão foi bem menor na amostra em comparação com a média da população. Essa descoberta não surpreendeu tanto, já que a conexão entre saúde física e mental é bem conhecida pelos profissionais de saúde.

Quem apresentou sintomas de ansiedade e depressão também teve mais propensão a relatar dificuldades para dormir. Porém, os pesquisadores não encontraram uma associação significativa entre as mudanças na rotina de treino e o sono, o que foi uma surpresa para eles.

Mais exercício no isolamento

Outra coisa que a equipe não esperava é que tanta gente conseguisse manter a rotina de exercícios durante o isolamento, ou até aumentasse seu nível de atividade física no período. Do total de participantes, apenas 13,8% diminuiu a frequência de treinos. Quase 22% passaram a se exercitar mais, e 64,3% mantiveram o esquema que seguiam antes da pandemia.

Para os autores, fica clara a mensagem de que trabalhar em casa traz mais tempo para as pessoas investirem na própria saúde. Quem já tinha o hábito de malhar realocou os minutos ou horas perdidos no trânsito para se exercitar ainda mais.

Infelizmente, nem todo mundo teve a mesma sorte. Muitos trabalhadores relataram ter trabalhado ainda mais durante a quarentena, até porque estar em casa deixou todo mundo sem horário muito definido para começar e terminar o serviço. O que é uma pena, dado o efeito protetor da atividade física para transtornos como ansiedade e depressão.

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