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Fazer atividade física muito jovem pode ser prejudicial?

Rayssa ganhou a medalha de prata na competição de skate - Reprodução / Instagram
Rayssa ganhou a medalha de prata na competição de skate - Reprodução / Instagram

Redação Publicado em 27/07/2021, às 10h00

Na madrugada da última segunda-feira (26), Rayssa Leal se tornou a mais jovem medalhista olímpica brasileira. Com 13 anos, a garota trouxe a medalha de prata no skate e se tornou também a terceira medalhista mais jovem da História.

Mas, para conseguir esses feitos, Rayssa tem treinado há muito tempo, mais precisamente, desde seus sete anos. E isso lhe rendeu bons frutos. Além da medalha nas Olimpíadas, ela também já foi vice-campeã mundial, ficou em primeiro lugar no campeonato “Street League Skateboarding”, em Los Angeles, na Califórnia, e ainda levou o bronze no Mundial. 

Mas criança pode praticar esporte tão jovem?

A pouca idade de Rayssa chama atenção e levanta dúvidas, afinal, será que é mesmo saudável praticar esportes em uma idade tão jovem? De acordo com inúmeras pesquisas, sim, e inclusive a atividade física faz muito bem para a saúde das crianças.

Os pesquisadores da Universidade da Noruega, por exemplo, examinaram 800 crianças de 6 anos de idade, e reavaliaram cerca de 700 delas aos 8 e aos 10 anos. O nível de atividade física delas foi mensurado com um dispositivo eletrônico, e os pais delas também foram entrevistados para que a equipe tivesse dados sobre a saúde mental dos meninos e meninas.

As crianças mais ativas fisicamente foram as que apresentaram menos sintomas depressivos, comprovando que, além dos benefícios à saúde física, quem se exercita também protege sua saúde mental.

Confira:

Mas os pesquisadores avisam que as atividades devem ser moderadas ou vigorosas – têm que deixar as crianças suadas e com a respiração acelerada.

Já outro artigo, publicado por mais de 20 pesquisadores no periódico Monographs of the Society for Research in Child Development indica que ao reduzir o tempo de educação física nas escolas, o desempenho escolar das crianças caiu.

Instituições de saúde norte-americanas sugerem que as crianças tenham no mínimo 60 minutos de atividade física intermitente por dia. No entanto, em 2012, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, apenas 30% dos alunos tiveram educação física diariamente.

Os estudos ainda mostram que crianças fisicamente ativas tendem a superar seus pares sedentários na sala de aula e nas provas. Segundo as monografias, aqueles que se envolvem mais em atividades físicas têm um volume maior nos gânglios basais e no hipocampo, duas áreas do cérebro associadas ao controle cognitivo (controle do pensamento, tomada de decisão e ação) e à memória.

Crianças fisicamente ativas também têm mais atenção e concentração que as sedentárias. Isso vale inclusive para crianças com necessidades especiais, segundo os pesquisadores. Eles acrescentam que a atividade física é uma intervenção não medicamentosa importante para crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e transtornos do espectro do autismo.

Logo, fica claro que se exercitar durante a infância e adolescência tem inúmeros benefícios para a saúde física e mental!

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