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Estudo associa uso de mídias sociais e problemas de sono

Imagem Estudo associa uso de mídias sociais e problemas de sono

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h36 - Atualizado às 23h55

Adultos jovens que passam muito tempo conectados às mídias sociais, ou que costumam checar suas páginas várias vezes ao dia, são mais propensos a ter distúrbios do sono, segundo um estudo.

O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, teve financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Os resultados aparecem no periódico Preventive Medicine.

A pesquisa contou com 1.788 adultos de 19 a 32 anos, com diferentes graus de interesse e conectados às principais mídias sociais. Os participantes investiam, em média, 61 minutos por dia nos sites, e costumavam acessar as redes cerca de 30 vezes ao longo da semana. As entrevistas também indicaram que 30% dos indivíduos tinham problemas graves de sono.

Os participantes que conectavam as mídias sociais mais vezes ao longo da semana foram três vezes mais propensos a apresentar alterações no sono em comparação com os usuários mais ocasionais. E aqueles que passavam mais tempo nas redes ao longo do dia tinham o dobro do risco. Ou seja, aquelas pessoas que têm um comportamento meio obsessivo e o checam várias vezes ao dia o que os outros estão postando parecem ser os mais afetados.

Os autores do trabalho, liderados por Brian Primack, enfatizam que são necessários mais estudos para determinar se o uso excessivo das mídias sociais é que gera problemas de sono ou se é o inverso – a falta de descanso faz com que as pessoas tenham mais obsessão pelas redes. Ou ambos.

Há várias ligações entre sono e internet. Em primeiro lugar, as pessoas perdem a noção do tempo quando estão conectadas, e isso faz com que elas fiquem acordadas até mais tarde. As redes sociais também geram expectativas e excitação, por exemplo quando as pessoas se engajam em discussões polêmicas ou trocam flertes. Por último, a luz emitida pelas telas prejudica o relógio biológico, como já foi comprovado em diversos estudos. Da próxima vez que você for ao médico e se queixar de cansaço, portanto, não se assuste se ele perguntar sobre seus hábitos na internet.