Redação Publicado em 21/03/2021, às 14h00
Como conciliar o desejo, a frequência e o ritmo sexual? Essa é uma dúvida recorrente na vida dos casais. É comum recebermos mensagens de homens que reclamam que suas parceiras não querem fazer sexo todo dia, ou várias vezes por semana. Por outro lado, há mulheres que não se importam de transar só de vez em quando, mas gostariam que os parceiros investissem mais nessas ocasiões.
Durante séculos, as mulheres se curvaram às vontades dos maridos, e acreditavam que era preciso que estivessem disponíveis para o sexo mesmo sem estar a fim. Ainda existe muita desigualdade de gênero, mas, felizmente, o desejo das mulheres hoje é levado mais em conta. Depois de um dia duro de trabalho, e de cuidados com a casa ou os filhos, é natural que elas se sintam no direito de dizer “não”.
Por outro lado, não é comum recebermos perguntas de leitoras que se incomodam com o fato de o parceiro não conseguir “dar a segunda”, e querem saber como resolver o problema. Muitas vezes eles gozam antes delas, viram para o lado e dormem, e elas ficam insatisfeitas com isso.
Seria fácil se ambos tivessem desejo na mesma hora, com a mesma frequência, e ainda gozassem sempre juntos, como acontece no cinema. Mas, infelizmente, cada pessoa funciona de uma forma, e acertar os ponteiros não é fácil. Essa falta de sincronia gera estresse e ruídos no relacionamento.
É difícil fugir do lugar comum e lembrar que tudo isso precisa ser sempre discutido. É importante que o casal converse e tente chegar num acordo sobre uma frequência que seja satisfatória para ambos. Também é preciso levar em conta que, às vezes, um dos dois precisa ser compreensivo e ceder. Ele ou ela pode estar numa fase difícil, com uma rotina mais desgastante. Buscar o meio termo é fundamental.
Agora, é importante lembrar que, principalmente para casais que estão juntos há muito tempo, o sexo não brota do nada. É preciso que haja um investimento de ambas as partes. É preciso pensar mais em sexo e fazer com que o outro se sinta estimulado a pensar, também. Sentar na frente da TV, assistir ao reality show e achar que a vontade de transar vai surgir de repente é uma ilusão.
Também é válido acrescentar que o estilo de vida tem um impacto direto na vida sexual das pessoas. Quem trabalha demais, dorme pouco, é sedentário, bebe muito e come mal dificilmente vai ter uma libido em alta. Até há gente que sente maior necessidade de se masturbar ou transar em fases estressantes, mas, de modo geral, quem está cansado não tem muita paciência para investir mais tempo no prazer do outro.
A gente sempre repete que o exercício da sexualidade vai muito além da penetração. O momento como um todo é importante, desde a construção da intimidade e as preliminares, até a manhã seguinte. Tem dias que o casal vai se agarrar loucamente e jogar as almofadas para o alto, o que é muito bom, mas esse não é o retrato da vida a dois sempre.
Por isso, de novo: é essencial que ambos se esforcem para aumentar os momentos de intimidade, criar clima e investir nas carícias. Porque o tesão não aparece do nada. Em muitos casos, se a relação já tem muito tempo e a vida sexual esfriou, é preciso até pensar em mudar de cenário ou tirar umas férias para estimular um “reencontro”.
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