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Dieta rica em laticínios pode diminuir chance de problemas cardíacos

Alimentos ricos em gordura láctea podem não ser tão prejudiciais - iStock
Alimentos ricos em gordura láctea podem não ser tão prejudiciais - iStock

Redação Publicado em 22/12/2021, às 11h00

Pessoas que comem mais gordura láctea – abundante no leite integral, iogurte e queijo – podem ter menos probabilidade de desenvolver doenças cardíacas do que pessoas que comem pequenas quantidades de lácteos, sugere um novo estudo.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mediram os níveis sanguíneos de um ácido graxo encontrado principalmente em alimentos lácteos em 4.150 pessoas de 60 anos na Suécia, local conhecido por seu amor por alimentos lácteos. Após um acompanhamento médio de 16,6 anos, eles descobriram que as pessoas com os níveis mais altos do ácido graxo tinham o menor risco de doenças cardiovasculares. Os autores do estudo confirmaram esses achados após combinar os resultados suecos com dados semelhantes dos Estados Unidos, Dinamarca e Reino Unido. O estudo foi publicado na edição de 21 de setembro de 2021 da PLOS Medicine.

Embora as descobertas não provem que a gordura láctea proteja contra problemas cardiovasculares, elas sugerem que os produtos lácteos integrais podem ser menos prejudiciais à saúde cardíaca do que os especialistas presumiram.

E a intolerância à lactose?

Esse é o nome dado para quando a pessoa não consegue digerir adequadamente alimentos que possuam o açúcar presente no leite, chamado lactose. Normalmente, quando consumimos esse açúcar, uma enzima em nosso corpo, conhecida como lactase, consegue quebrá-lo em partes menores, a fim de que seja absorvido.

Uma pessoa intolerante não tem lactase na quantidade necessária para fazer essa quebra e permitir que o corpo absorva a lactose. E é a partir daí que o paciente começa a ter os sintomas.

De acordo com a gastroenterologista Débora Poli, existem três formas de intolerância:

  • Hipolactasia do adulto, que é genética, e se manifesta ao longo da vida, quando a pessoa vai perdendo a capacidade de produzir a lactase;
  • Hipolactasia congênita, que acontece no recém-nascido. Esse tipo pode ser grave, já que o bebê não consegue nem ingerir o leite materno e vai precisar de fórmulas sem lactose nos primeiros dias de vida, mas é uma condição muito rara;
  • Intolerância secundária à lactose, que pode acontecer temporariamente após outras doenças que geram lesões no intestino, onde a enzima é produzida (infecção por rotavírus, giardíase, doença celíaca e doença de Crohn, por exemplo).

E quais são os sintomas?

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e de acordo com a quantidade ingerida de lactose. No entanto, eles costumam aparecer entre 30 minutos a 2 horas depois da ingestão e os mais comuns são: gases, plenitude (estufamento), náuseas, diarreia (pode ter também constipação), flatulência, cólicas, dor no corpo, cãibras, dor de cabeça, irritabilidade.

Porém, apesar de trazer tantos sintomas, muitas pessoas intolerantes à lactose continuam consumindo os derivados de leite normalmente e optam por enfrentar as consequências depois. Felizmente, a gastroenterologista explica que não existem maiores riscos para os adultos com intolerância à lactose, além do desconforto e mal-estar. Não é uma condição que pode progredir para outra coisa mais grave e não tem relação com câncer, nem com outras doenças. Mas produz diversos sintomas e pode afetar bastante a qualidade de vida dos pacientes.

Como diagnosticar?

Além de observar os próprios sintomas, também é possível fazer exames para constatar a intolerância e descobrir seu grau. 

O mais comum é o próprio teste de tolerância à lactose, em que a pessoa ingere, em pequenas quantidades, a lactose dissolvida em água, com intervalos de tempo regulados pelo médico. O resultado analisa (além do claro desconforto na hora do exame) a variação dos níveis de glicose após ingestão de lactose.

Se o paciente apresentar um aumento significativo na glicose, significa que ele não possui intolerância, afinal, seu corpo conseguiu digerir o açúcar do leite. 

Além desse, a gastroenterologista também cita o teste respiratório de intolerância à lactose, em que o paciente ingere uma quantidade de lactose, que será fermentada por bactérias do intestino grosso, em vez de digerida, e haverá produção de gás carbônico e hidrogênio, que, por sua vez, após absorção intestinal são eliminados no ar expirado pelos pulmões e medidos em concentrações maiores do que em indivíduos normais. Por fim, também há o teste genético, em que se faz a pesquisa das mutações que determinam a produção da enzima lactase.

E, depois do diagnóstico, o que fazer?

O ideal é que se evite consumir produtos derivados do leite, justamente para não sofrer com o desconforto dos sintomas. No entanto, atualmente também existem no mercado algumas opções da enzima lactase, que deve ser tomada alguns minutos antes da ingestão de alimentos com lactose.

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