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Como serão os “dates” pós-pandemia? Pesquisa dá oito pistas

Quase metade dos usuários do Tinder conversou por vídeo com um "match" durante a pandemia - iStock
Quase metade dos usuários do Tinder conversou por vídeo com um "match" durante a pandemia - iStock

Redação Publicado em 23/03/2021, às 16h00

Conectar-se com outras pessoas é uma necessidade humana que ficou limitada com a chegada da pandemia e do distanciamento social. Nesse contexto, muitos jovens encontraram nos aplicativos de relacionamento uma alternativa para amenizar a solidão e ter algum tipo de interação durante esse período. 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Tinder, uma das plataformas mais populares do mundo para quem quer conhecer gente nova, revelou que a forma da chamada Geração Z (jovens de 18 a 25 anos) lidar com encontros virtuais - os famosos “dates” - vem mudando nos últimos anos e a pandemia acelerou ainda mais esse processo. 

2020 x 2021 

Os resultados da pesquisa mostram que o engajamento social no Tinder registrou um aumento significativo durante o período de isolamento social. Segundo os dados, a Geração Z passou mais tempo conversando na plataforma, com 19% mais mensagens enviadas por dia em fevereiro de 2021, em comparação com o mesmo mês de 2020. 

As conversas entre os integrantes também ficaram mais longas (32%), e as biografias foram atualizadas três vezes mais do que antes da pandemia com o objetivo de render um maior número de interações.

Além disso, o envolvimento dos usuários cresceu: foram 11% mais swipes (movimento de arrastar para lá ou para cá, filtrando os melhores perfis) e 42% mais matches (quando duas pessoas se curtem) por pessoa. De acordo com a pesquisa, os swipes bateram recorde atrás de recorde, alcançando o número de 3 bilhões por dia mais de 130 vezes em 2020. 

Cara a cara 

Um dos pontos surpreendentes revelado pelo levantamento foi que a Geração Z começou a usar a conversa por vídeo. Devido às restrições impostas pela Covid-19, quase metade dos usuários interagiu com um match através da vídeochamada durante a pandemia, e 40% pretendem continuar usando o recurso para conhecer pessoas mesmo após o fim do isolamento social.  

O futuro dos dates

A pesquisa mostrou algumas mudanças comportamentais que podem ser observadas na Geração Z e que dão pistas sobre o futuro das formas de lidar com um relacionamento ou um date. Confira: 

#1 Honestidade e Autenticidade 

De acordo com os dados, as pessoas serão mais honestas e autênticas. Isso porque a pandemia ajudou muitos a colocarem coisas em perspectiva, levando os usuários a serem mais verdadeiros e vulneráveis em relação a quem são, aparência e o que estão enfrentando. Nas biografias, por exemplo, houve um aumento de 31% no uso da palavra ansiedade.

#2 Limites mais claros 

A pandemia levantou o debate sobre limites pessoais. Os membros utilizaram a biografia para deixar as expectativas bem claras e muitos conversaram sobre precauções de segurança antes de se encontrarem. Essa prática pode ajudar as conversas sobre consentimento, por exemplo, a serem mais confortáveis no futuro, tanto no que se refere a encontros como para assuntos mais íntimos. 

#3 Deixa acontecer naturalmente 

Menções de frases como “vamos ver onde isso vai dar” e “aberto para” foram protagonistas de diversas biografias, mostrando que a tendência daqui para frente é que a próxima geração busque relacionamentos abertos às mais diversas possibilidades. 

#4 Dates digitais vieram para ficar

Como o contato com outras pessoas tornou-se algo perigoso em tempos de pandemia, a interação precisou acontecer à distância. Por isso, muitos encontraram alternativas criativas para realizarem encontros virtuais como jantares via vídeochamada ou pedidos de comida por aplicativos de delivery. De acordo com uma pesquisa recente do Tinder, os dates virtuais podem ser mais leves e espontâneos, sem a pressão do ao vivo, e provavelmente seja uma prática que se mantenha mesmo quando tudo for reaberto. 

#5 O famoso primeiro encontro

No ano passado, a grande maioria das pessoas realizou um pré-encontro virtual antes de se conhecer ao vivo e a cores. Com bares e restaurantes fechados - clássicos locais de primeiro encontro - os interessados precisam escolher atividades mais criativas e pessoais - como fazer uma trilha - o que acaba ajudando ambos a se conhecerem melhor realizando algo que realmente gostem.

#6 O impacto do contato físico 

A falta do toque devido ao distanciamento social foi fortemente observado no aplicativo, com biografias em busca de carinho e afeto. O uso da palavra "abraço", por exemplo, cresceu 23%, revelando o aumento da valorização dos pequenos contatos físicos na hora do encontro. 

#7 Estar fisicamente perto 

A pandemia de Covid-19 também trouxe muitas mudanças, seja aqueles que foram para novas cidades ou voltaram a morar com os pais. Com isso, muitos procuraram aplicativos de relacionamento para conhecer pessoas novas e as menções de “mudança/me mudei” na biografia aumentaram 28% em 2020. Sendo assim, mesmo que a tecnologia permita que o indivíduo viva e trabalhe em qualquer lugar, parece que ele ainda busca alguém que more fisicamente perto

#8 Amor reprimido?

A maior parte dos jovens considerados da Geração Z passaram parte do ano com a família, forçados a “abandonar” a vida social por conta da pandemia. Dessa forma, com a chegada da vacinação e melhora de toda a situação, provavelmente as pessoas queiram sair bem mais, já que carregam a sensação do Covid-19 estar “atrasando a vida amorosa” de cada um. 

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