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Casos de demência podem triplicar até 2050, prevê estudo

Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia estimado um aumento dos casos de demência até 2050 - iStock
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia estimado um aumento dos casos de demência até 2050 - iStock

Redação Publicado em 30/07/2021, às 15h55

Os casos globais de demência quase triplicarão e podem atingir mais de 152 milhões de pessoas até 2050 impulsionados pelo envelhecimento populacional, é a previsão de um estudo da Universidade de Washington (Estados Unidos). 

Para chegar à estimativa, a equipe baseou-se em tendências de fatores de risco da demência, como o tabagismo e o alto índice de massa corporal (IMC). Assim, é pressuposto que os casos aumentem de 57,4 milhões no mundo inteiro em 2019 para cerca de 152,8 milhões em 2050. 

De acordo com os achados, o maior crescimento na prevalência de demência é projetado para o leste da África Subsaariana, norte do continente africano e Oriente Médio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o planeta, há cerca de 50 milhões de pessoas com demência e quase 10 milhões de novos casos a cada ano.

Aumento na prevalência

Existem múltiplas doenças que causam o quadro de demência, que é caracterizada pela perda da capacidade de lembrar, pensar ou tomar decisões que interferem na realização de atividades cotidianas. 

Segundo a pesquisa, as tendências positivas do crescente acesso à educação deveriam diminuir a prevalência de casos no mundo diretamente relacionados a fatores de risco, como tabagismo e obesidade, em 6,2 milhões até 2050. Entretanto, esse número pode não ser atingido devido às projeções antecipadas de tabagismo, IMC e nível elevado de açúcar no sangue que, quando combinados, podem elevar essa prevalência para 6,8 milhões de casos até 2050.  

Vale lembrar que a estimativa apresentada pelo estudo coincide com a da OMS, que já havia projetado, em 2017, o triplo do número de pessoas convivendo com a demência até 2050. Assim, para os pesquisadores, ambas as suposições ressaltam a importância de tratar a doença como uma questão de saúde pública que se move para o futuro. 

Confira:

Fatores de risco

Com objetivo de melhorar as projeções anteriores, incorporando informações sobre tendências de fatores de risco para a demência, os pesquisadores utilizaram a mesma base de dados usada para estimar as taxas de mortalidade por Alzheimer, que aumentaram 38% entre 1990 a 2019. 

Segundo a equipe, a melhoria no estilo de vida, incluindo o aumento do acesso à educação e maior atenção às questões de saúde cardíaca, reduziu a incidência nos últimos anos. Entretanto, os números continuam subindo devido ao envelhecimento da população. 

Além disso, obesidade, diabetes e estilo de vida sedentário em pessoas mais jovens também estão aumentando rapidamente, sendo fatores de risco para a demência. Para os autores, sem tratamentos eficazes para retardar ou prevenir o Alzheimer e a demência no geral, esse número crescerá para além de 2050 e continuará impactando indivíduos, famílias, sistemas de saúde e governos em todo o mundo.

Demência precoce também existe 

Uma revisão feita por pesquisadores da Universidade de Maastricht, na Holanda, revelou ainda uma estimativa de quantas pessoas desenvolvem demência antes dos 65 anos. 

No total, estima-se que 10 em cada 100.000 indivíduos apresentem este quadro com início precoce antes dos 65 anos. Isso corresponde a 350.000 novos casos de demência precoce por ano no mundo inteiro. 

Além disso, as taxas de incidência para homens e mulheres foram semelhantes, sendo as mais elevadas para a doença de Alzheimer – a forma mais comum de demência – seguidas de demência vascular e demência frontotemporal.

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