Doutor Jairo
Leia

Assédio nas redes sociais: saiba o que fazer

Imagem Assédio nas redes sociais: saiba o que fazer

Da Redação Publicado em 13/10/2020, às 08h30

Uma pesquisa divulgada semana passada pela Plan International, ONG focada nos direitos de meninas e mulheres, revela que 77% das brasileiras de 15 a 25 anos de idade já sofreram assédio virtual. A proporção, aqui, é mais alta que a média global, de 58%.

É fundamental que usuários de redes sociais se informem sobre o assunto e que as vítimas saibam como agir em caso de assédio.

Crédito: Plan International Brasil/#ConectadasESeguras

Campanha global

O estudo da Plan International, que envolveu 14 mil jovens de 22 países, integra a campanha mundial “Meninas Pela Igualdade”. Uma das ações  do movimento foi a entrega de uma carta aberta, escrita por meninas, ao Facebook, Instagram, TikTok e Twitter, cobrandoformas mais eficazes de denunciar abusos e assédio.

De acordo com a ONG, o Instagram vai ouvir de um grupo de meninas ativistas de vários países sobre o tema para discutir formas de proteger as jovens, as principais vítimas do assédio online. Insights também serão compartilhados com o Facebook e WhatsApp.

Assédio com linguagem abusiva

Quase metade, ou 46%, das jovens brasileiras dizem enfrentar mais assédio nas redes sociais do que na rua. O tipo de assédio mais frequente no ambiente virtual é a linguagem abusiva e insultuosa (58%), seguido de ataques à aparência, incluindo vergonha do corpo (54%) e constrangimento proposital (52%). Receber imagens pornográficas sem ter pedido é outro problema frequente.

Mais da metade (54%) das meninas brasileiras que são de uma minoria étnica e sofreram abusos afirmam que são atacadas por causa de sua raça ou etnia. E quase a metade (44%) das que se identificam como LGBTIQ+ afirmam que são assediadas por causa de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Também no Brasil, 62% dos ataques ocorreram no Facebook, 44% no Instagram e 40% no Whatsapp.

Insegurança e estresse

A pesquisa global da ONG chama atenção para o impacto desses ataques ao bem-estar das jovens. Entre as entrevistadas, 41% relataram estresse mental e emocional, 39%, sensação de insegurança física, e 29%, redução na autoestima e perda de confiança.

As meninas relatam que as situações de assédio online começam cedo – a faixa etária mais frequente é entre os 12 e os 16 anos. Mas existem denúncias que envolvem meninas mais jovens ainda, com 8 anos de idade.

Em muitos casos o assédio é praticado por pessoas estranhas (47%), anônimas (38%) e fora do círculo de amizade (38%), de acordo com as meninas ouvidas no Brasil.

O que fazer?

Veja algumas dicas sobre como proceder em caso de assédio online:

  • Não apague! Por mais que dê vontade, é muito importante que você salve todas as provas para que seja possível denunciar.
  • Mude suas configurações de privacidade, para dificultar que algum estranho tenha informações sobre você.
  • Converse com alguém em quem você confie. Se você é menor de idade, procure um adulto de confiança. A SaferNet (new.safernet.org.br) tem um canal de comunicação para denúncias e pedidos de orientação.
  • Denuncie! Use as ferramentas de denúncia da rede social em que você foi assediada. E saiba que existem delegacias especializadas em crimes cibernéticos em diversas capitais do país. Organizações como a SaferNet (SafernetBR) e a Rede Feminista de Juristas (deFEMde), presentes nas redes sociais, também podem ajudar.
  • Lembre-se: não é sua culpa. Nada justifica um assédio.

Saiba mais:

Será que o problema do assédio é o shortinho da mulher?

Assédio sem contato físico também causa sofrimento