Redação Publicado em 05/05/2021, às 11h10
Ana Hikari é uma das protagonistas de “As Five” e, agora, também faz parte do elenco da próxima novela das 19h da Globo, “Quanto mais vida melhor”. Em conversa com Patricia Kogut, a atriz falou sobre sua vida profissional e abriu espaço para contar mais sobre suas relações amorosas.
“Este ano eu acabei ficando muito tempo sozinha em casa, inclusive sem ver os meus pais. Então, voltar a trabalhar é ótimo nesse sentido. Ao mesmo tempo, é claro que traz uma tensão, porque ainda estamos na pandemia. Mas os protocolos são tão rigorosos que eu me sinto mais segura no estúdio do que indo ao mercado, por exemplo”, começou ela.
E foi ficando tanto tempo sozinha em casa que a atriz admitiu ter começado a acompanhar o BBB21. E, aproveitando o assunto, Ana lembra da pauta levantada por Lucas Penteado ao beijar Gilberto e assumir sua bissexualidade em rede nacional.
Ela, que também é bi, disse que esse foi um momento muito importante: “O que a gente viu ali foi uma amostra do que os bissexuais vivem no Brasil. Existe uma invisibilização muito grande da bissexualidade até mesmo dentro do movimento LGBTQIA+. Atualmente, por exemplo, eu namoro com um homem, e isso faz com que muitas pessoas me vejam como hétero. Mas não é o que eu sou. Foi, inclusive, essa falta de entendimento que me levou a falar abertamente sobre o tema. Sinto que as minhas palavras podem ajudar muitas pessoas, principalmente adolescentes, a não passarem por todas as questões que eu tive que passar”.
Pessoas bissexuais são emocional, romântica ou sexualmente atraídas por pessoas de mais de um gênero. Isso não significa, porém, que essa atração é feita de forma igual, 50/50, e muito menos que as pessoas já nascem sabendo sua sexualidade.
Pode ser considerado bifobia qualquer tipo de comportamento baseado em medo, ódio ou aversão irracional em relação a pessoas bissexuais. Logo, quando Ana comenta sobre a invisibilização que sua sexualidade sofre, pode ser considerado um comportamento bifóbico.
“Estereótipos negativos sobre pessoas bissexuais incluem mitos de que estariam ‘querendo chamar atenção’ ou ‘apenas experimentando’ e de que seriam ‘imorais’ ou ‘instáveis’”, complementa a ONU.
Dessa forma, assim como a homofobia, a bifobia também causa danos físicos e psicológicos. Um estudo realizado em 2015, no Reino Unido, mostrou que mulheres bissexuais relataram mais problemas de saúde mental ou sofrimento psicológico do que lésbicas. Isso porque as mulheres bissexuais têm maior probabilidade de sofrer estresse social devido à 'dupla discriminação' da homofobia e da bifobia.
Já em 2020, um estudo publicado pelo "Journal of Affective Disorders" mostrou que pessoas bi têm uma maior incidência de depressão e ansiedade, transtornos que eram menos frequentes quando elas ainda não haviam se assumido para a sociedade.
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