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Saúde

A maioria das pessoas mentem para o próprio médico, revela estudo

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Redação Publicado em 30/11/2018, às 18h25

Você diz toda a verdade quando o médico pergunta sobre o que você come, bebe, e se abusa de remédios, álcool ou drogas? Um levantamento realizado nos EUA mostra que entre 60 e 80% das pessoas mentem sobre algum aspecto relacionado ao estilo de vida quando vai a uma consulta. O motivo? Medo de ser julgado ou de levar bronca, é claro.

O estudo contou com mais de 4.500 norte-americanos, que tiveram questionários avaliados por pesquisadores das universidades de Utah, Iowa e Michigan. Uma parte dos participantes tinha, em média, 36 anos de idade, e a outra, perto de 61 anos.

As perguntas envolviam temas como mentir ou omitir informações sobre a dieta, a prática de exercícios, automedicação e o cumprimento de instruções médicas.  Muitos também não têm coragem de dizer que discordam da recomendação ou que não entenderam direito o que era para fazer. A maioria adimitiu já ter deixado de contar pelo menos um detalhe relevante desse tipo para o médico.

Mulheres, jovens e indivíduos com baixa autoestima são os mais propensos a omitir informações para os profissionais de saúde, segundo a pesquisa.

As conclusões, publicadas no Jama, a revista da Associação Médica Americana, mostram que as pessoas se preocupam com o que os profissionais pensam sobre elas. Os autores ainda observam que muita gente pode não ter sido tão sincero até para admitir que mentem para o médico.

Nem todo mundo fica à vontade para admitir certas fraquezas, como gula ou preguiça, mas a questão é que certos hábitos podem ajudar a definir diagnósticos e tratamentos, especialmente no caso de doenças crônicas. Para quem trabalha com saúde sexual, o desafio é ainda maior – os paciente têm dificuldade de admitir certas práticas, ou que transam sem camisinha.

Outra situação comum é a pessoa sentir vergonha de dizer que está com dificuldades sexuais, e assim perder a chance de tratar algo fundamental para a qualidade de vida. Vale lembrar que, em alguns casos, perda de libido ou dificuldades de ereção podem ser sinais de algum problema de saúde.

Infelizmente, nem todo mundo consegue ir sempre no mesmo médico para que uma relação de confiança seja construída. Por isso é importante que haja um esforço das duas partes: os médicos devem melhorar suas habilidades de comunicação, e os pacientes devem se lembrar que os profissionais não estão ali para julgá-los.