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Você conhece todas as formas de prevenção do HIV?

O estigma e o preconceito são barreiras importantes para as novas formas de prevenção - iStock
O estigma e o preconceito são barreiras importantes para as novas formas de prevenção - iStock

Nesta sexta-feira (1º) é celebrado o Dia Mundial de Lutra Contra Aids. E, mais de 40 anos depois do início da epidemia, o estigma e o preconceito continuam a ser barreiras importantes para que todos possam ter acesso às melhores práticas de prevenção e tratamento.

Muita coisa mudou nessas quatro décadas. Hoje temos tratamentos altamente efetivos, que permitem o controle completo do vírus HIV, tornando sua carga viral indetectável. Isso significa zero risco de transmissão, além de impedir que a pessoa desenvolva qualquer tipo de doença associada ao HIV.

Faça o teste!

Por isso, é muito importante que qualquer pessoa que se expôs a algum tipo de risco faça o teste! Se o teste vier positivo, é fundamental que o tratamento seja iniciado e, assim, em poucas semanas, o vírus deixa de circular pelo corpo. Ele fica indetectável.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que se 95% de todas as pessoas que vivem com o vírus souberem de sua condição, se 95% das que sabem tomarem remédio e se 95% dos que tomam medicamento ficarem indetectáveis, será possível praticamente eliminar a epidemia do HIV no mundo.

Não é mais só a camisinha

Além disso, em pleno século 21, é importante lembrar que a camisinha não é a única forma de prevenção. Hoje existem estratégias combinadas, ou seja, dentro de uma gama de alternativas a pessoa escolhe qual estratégia melhor se adapta a sua vida. Isso pode incluir testes periódicos, uso de medicamentos antivirais após uma exposição ao risco (PEP – profilaxia pós-exposição) ou antes (PrEP – profilaxia pré-exposição), para evitar que ela se infecte mesmo ao entrar em contato com o vírus.

Saiba, ainda, que os lubrificantes que facilitam a penetração, e diminuem o risco de pequenos ferimentos durante o sexo, também podem ajudar na redução do risco de infecção pelo HIV e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis).

Luta é de todos 

Muitas tecnologias chegaram e vão continuar a chegar nesse campo de prevenção. Mas é central que as populações vulneráveis, como os homens que fazem sexo com homens e mulheres trans e travestis possam se ver livres de estigmas e preconceitos, que são barreiras importantes ao acesso às novas formas de prevenção e tratamento.

Neste Dia Mundial de Luta Contra Aids, é bom lembrar que a luta é de todos, homens, mulheres, independente de sua orientação e identidade sexual. Acesso à informação, prevenção e tratamento, além do combate aos estigmas e preconceitos, são os nossos aliados. Vamos juntos nessa? 

Este conteúdo é uma parceria com KY

Dr. Jairo Bouer

Dr. Jairo Bouer

Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr